Ebanx: o futuro do unicórnio fora do eixo
Empresa que atende a clientes como AirBnb e Spotify é primeira startup da Região Sul a valer mais de US$ 1 bilhão e prepara expansão
Empresa que atende a clientes como AirBnb e Spotify é primeira startup da Região Sul a valer mais de US$ 1 bilhão e prepara expansão
Luiz Gustavo Pacete
17 de outubro de 2019 - 6h00
O Ebanx, startup de meios de pagamento com sede em Curitiba, se tornou, nesta quarta-feira, 16, o primeiro unicórnio brasileiro da Região Sul. Agora avaliada em mais de US$ 1 bilhão, após receber um aporte do fundo americano FTV Capital, a startup que atende a empresas como AirBnb, Spotify, AliExpress e outras, também criou um cargo de CMO, que passa a ser ocupado por André Boaventura.
Com o aporte, a Ebanx pretende expandir suas operações na América do Sul e reforçar suas equipes, o que inclui marketing, vendas e TI. Outro propósito é ampliar as empresas parcerias, recentemente, a Ebanx fechou um acordo com o Uber Pay para a América Latina.
Desde o início de setembro, a Ebanx também opera, no Shopping Mueller, em Curitiba, uma loja de experiências da AliExpress, plataforma de varejo online do Grupo Alibaba. A loja se propõe a ser um espaço conceito com áreas virtuais e experiências digitais de compra e navegação. André Boaventura, sócio e agora CMO do Ebanx, fala sobre o impacto de ser uma empresa unicórnio para o marketing.
Meio & Mensagem – Você está na empresa desde 2014 e agora assume o marketing, quais são os desafios e o que você tem como plano de médio e longo prazo?
André Boaventura – A missão do Ebanx é conectar os latino-americanos com as maiores empresas globais. Para fazer isso, o grande objetivo de marketing é contar a história do potencial da América Latina para o mundo: o tamanho do mercado consumidor, o crescimento acelerado do acesso à internet e o espaço para soluções inovadores terem muito sucesso por aqui. Sem dúvida o maior desafio é se relacionar com diferenças culturais de comunicação das mais diferentes regiões do planeta: da China aos Estados Unidos.
Como é conduzir o marketing de uma empresa B2B que está associada a grandes players como Airbnb e outros? O que muda na estratégia?
O primeiro é aprender a amar o marketing B2B para grandes empresas. A gente precisa achar tão sexy vender para corporações quanto para o consumidor que está do nosso lado. Marketing B2B não precisa ter nada de frio ou careta: quem toma as decisões estratégicas em grandes players continuam sendo pessoas. E pessoas sempre estão dispostas a serem encantadas. Aí a conta fecha. O segundo ponto importante é conhecimento profundo de mercado e do negócio, não há espaço para superficialidade nesse tipo de relação. Os profissionais que estão dentro das maiores empresas do mundo costumam ser super seniores e nosso marketing precisa conversar com eles em alto nível, sempre orientado a resolver problemas reais.
Qual é o papel do conteúdo na estratégia do Ebanx e como isso se complementa à estratégia de marketing?
Lá fora, existe um conceito muito popular no marketing B2B chamado “Thought Leadership”: basicamente é a capacidade de se tornar realmente a referência, a autoridade dentro de um assunto. Para fazer isso, é preciso primeiro estudar muito e depois dividir esse conhecimento. A gestão e produção de conteúdo é a base tática para alcançar esse lugar de autoridade, desde que seja feito com profundidade. A gente usa nossas plataformas de conteúdo pra expandir cada vez mais o conhecimento que a gente tem dentro de casa e levar essas informações valiosas para o mundo todo. Uma dessas plataformas é o Labs – Latin America Business Stories, que recentemente ganhou nova cara e nova linha editorial, e hoje reúne histórias sobre a América Latina sob diversas perspectivas.
O que muda com o fato de se tornar um unicórnio? Qual o impacto em relação à imagem e da marca?
Ser unicórnio é uma consequência. É um selo que qualquer marca sonha ter: mostra maturidade, compromisso com crescimento e, no caso das startups, costuma ser a validação definitiva de que a empresa é disruptiva e cheia de mentes brilhantes. Do contrário, é muito difícil alcançar esse valor de mercado. Estamos todos muito orgulhosos, especialmente por ser o primeiro unicórnio fora do eixo Rio-São Paulo, mas para a gente é um degrau.
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