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O Mobile World Congress 2016 não é só um congresso, nem só uma feira, nem só um evento da indústria


25 de fevereiro de 2016 - 5h50

(*) Por André Ursulino

O #MWC16 – Mobile World Congress 2016, que termina nesta quinta-feira, 25, em Barcelona, reuniu mais de 95 mil participantes circulando por oito pavilhões ao longo de quatro dias. Não é só um congresso. Não é só uma feira. Não é só um evento da indústria. E não é só a soma de tudo isso. Equipada com diversas salas de reuniões, toda a estrutura favorece o que os executivos mais querem: fechar negócio.

De celulares e tablets até relógios e coleiras conectadas, a feira faz de você uma criança prestes a entrar em um parque de diversões. Relógio inteligente que exibe informações em braile, relógios exibidos como se fossem joias, inúmeras soluções de mobile payment, pau-de-selfie com stead-cam que não te deixa tremer no vídeo de jeito nenhum, bicicleta conectada que registra cada manobra feita pelo atleta, toda a infraestrutura necessária para fazer casas conectadas e inteligentes e ferramental para automação industrial. Coisa de louco?

Ainda falta falar dos carros. Tinha montadora no estande da Visa, com conexão para você não precisar tirar a carteira do bolso e pagar a gasolina, no espaço da AT&T, da HP. Tinha até carro protótipo e mini-pista que mostra como serão os carros que se comunicam. Era quase um salão do automóvel dentro do MWC.

Tinha também muita realidade virtual. Na tentativa de emplacar o seu device para vídeos 360 em experiência imersiva, as gigantes do setor recorreram a ações de PR e anunciaram uma variedade de lançamentos. No geral, todos os óculos entregam uma experiência muito similar. A diferença está na capacidade de isolar a luz do ambiente e o som ao redor. Ter bons fones conectados também é fundamental.

De tudo o que vi, o que mais me impressionou foi uma câmera que faz captação de filmes 360 em alta definição e que já vem pronta para transmissão ao vivo. A partida de futebol nunca mais será a mesma. São as grandes transmissões que impulsionam a tecnologia e seduzem a população. A feira é o show of, o produto final para o consumidor e a notícia que vai estar nos jornais e blogs de tecnologia. É a internet pegando em tudo o que é coisa.

Já nos auditórios, os principais executivos falavam sobre como manter os dispositivos em uma conexão segura, sem delay, e com uma rede capaz de suportar toda essa enxurrada de novos aparelhos e dados que vão circular pelas redes de internet móvel.

É no WMC que se concentram as decisões tomadas para que a internet e a tecnologia continuem mudando completamente o mundo e a forma como vivemos. Em meio aos keynotes, palestras e painéis, foram apresentadas soluções para uma simples constatação: a infraestrutura que leva e traz os dados precisa acompanhar o ritmo de crescimento dos dispositivos e pessoas conectadas.

Além do óbvio tema do 5G, se falou muito sobre as transformações ocorridas no cenário de mídia. No painel mais acalorado que assisti, se debateu, com certa animosidade, o crescente uso de ad blocks. De um lado, estavam representantes de AOL, Nestlé, Google e Yahoo. Do outro, a Shine, empresa que tem como missão “proteger os consumidores da tecnologia publicitária (AdTech)”. O cerne da discussão foi um acordo recente da Shine com a Three, operadora de telefonia móvel, que vai embarcar o software da Shine em sua rede, levando o ad block para os seus mais de 30 milhões de assinantes no Reino Unido e na Itália.

Profícuo e inconclusivo, claro. É uma conversa que está só começando.

(*) André Ursulino é diretor de negócios e estratégia para o Grupo América Movil na F.biz 

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