Latam terá mudanças no mercado doméstico em 2017

Teresa Levin
17 de novembro de 2016 - 15h16

A Latam anunciou que investirá em 2017 em uma nova forma de viajar, acompanhando tendências da indústria mundial de aviação. A ideia é que os passageiros escolham como querem voar e que serviços querem utilizar para pagarem pela tarifa de acordo com o que optarem. Haverá ainda um maior acesso a tarifas mais econômicas em voos domésticos, mais e melhores opções de comida a bordo, além de outras possibilidades. Também será feita a incorporação de tecnologias com o intuito de melhorar experiência de viagem, como o sistema de entretenimento de bordo sem fio gratuito já disponível em todos os voos.

A mudança será feita de forma progressiva nos voos domésticos da empresa no Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Equador e Argentina. No mercado nacional, as alterações serão implementadas a partir do segundo semestre do ano que vem, quando o passageiro poderá definir a sua experiência de viagem, personalizando de certa forma seu voo, adequando-se a melhor tarifa. Com estas mudanças, o grupo projeta ampliar em 50% a quantidade de passageiros transportados até 2020, além de reduzir em até 20% as tarifas mais baratas disponíveis para seus voos domésticos.

“Nosso objetivo é que as tarifas sigam diminuindo, permitindo que cada vez mais pessoas utilizem o avião como meio de transporte e que aqueles que já o utilizam possam voar ainda mais”, explica Enrique Cueto, CEO da Latam. Ele acrescenta que este modelo busca satisfazer as necessidades dos passageiros que valorizam viagens rápidas, simples e eficientes. “E querem ter as ferramentas para participar ativamente de sua experiência e assim fazer uma viagem sob medida, pagando somente pelos serviços que utilizarão”, conclui.

Outra visão

A mudança na forma de operar da Latam será radical e os conceitos que nortearam a velha Tam, a partir dos hábitos personalizados por seu fundador, o comandante Rolim Amaro, devem desaparecer. É o que acredita Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec Rio. Para ele, o paradigma mudou e agora a Latam, empresa resultante da junção da Tam com a Lan Chile, será norteada por preço, ou, mais especificamente, por tarifa barata. “O anúncio das mudanças sugere que a estratégia de negócios mudará, lembrando o modelo de negócios bem sucedido de voos low cost aplicado na Europa, pela Ryanair e Easyjet, e nos Estados Unidos, pela Southwest e Jetblue”, fala.

Ele observa que o modelo é um sucesso para viagens de curta duração e muito usado nos países onde já funciona por executivos que vão e voltam no mesmo dia, apenas com sua malas de trabalho, e por jovens que viajam nos fins de semana, com econômicas mochilas. “Muitos especialistas duvidam do sucesso desse modelo no Brasil, pelo fato do país ter dimensões continentais e as longas distâncias entre as cidades demandarem voos na média mais longos do que nos demais continentes”, conclui.