NFL defende escolha de Bad Bunny para o Super Bowl 2026
Tim Ellis, CMO da NFL, reforçou caráter inclusivo da liga em meio a esforços de dialogar com públicos diversos
*Por E. J. Schultz, do Ad Age
O diretor de marketing da National Football League (NFL), Tim Ellis, manteve a decisão da liga de apresentar Bad Bunny no Super Bowl, e não deixou espaço para interpretações.

Bad Bunny foi anunciado como a atração do show do intervalo do Super Bowl 2026 (Crédito: John Nacion/Getty Images)
“Muita gente não gosta do Bad Bunny. Nem todo mundo precisa gostar de tudo o que fazemos. E o Bad Bunny é incrível”, disse Ellis durante uma aparição no palco da conferência Masters of Marketing da Associação Nacional de Anunciantes, em Orlando, Estados Unidos, na última quinta-feira, 24.
A escolha do astro do reggaeton porto-riquenho para ser a atração principal do show tem sido alvo de constantes críticas desde o anúncio da NFL, no final de setembro.
Alguns republicanos, incluindo o presidente Donald Trump, expressaram indignação com a oposição de Bad Bunny à repressão imigratória do governo, bem como com o fato de ele se apresentar em espanhol. O grupo político Turning Point USA, fundado por Charlie Kirk, anunciou planos para realizar um All-American Halftime Show alternativo.
A defesa de Ellis veio um dia depois de o comissário da NFL, Roger Goodell, confirmar que a liga não mudaria de ideia. “Foi cuidadosamente pensado”, afirmou Goodell em uma coletiva de imprensa após a reunião anual de outono da liga. “Não tenho certeza se já selecionamos um artista sem que tenhamos sofrido alguma reação negativa ou crítica. É muito difícil fazer isso quando você tem literalmente centenas de milhões de pessoas assistindo”.
O CMO se pronunciou sobre a escolha de Bad Bunny durante um sessão de perguntas e respostas após a apresentação da mais recente estratégia de marketing da liga que busca destacar os interesses dos jogadores fora do campo. As abordagens incluem moda e música, por exemplo, em uma estratégia de atrair jovens fãs.
“Você não pode continuar só falando com a sua base e alimentando-a o tempo todo apenas com com o que querem ver. Ousamos falar de forma autêntica com fãs mais casuais e sobre as coisas com as quais eles se importam, nas plataformas e os canais onde eles estão”, declarou o executivo. “Se parte do nosso público não gosta das nossas escolhas ou de algumas das nossas campanhas ou mensagens, estamos dispostos a dizer que tudo bem”.
Uma das campanhas mais controversas da NFL sob a supervisão de Ellis ocorreu em 2021, com um vídeo que incluía a frase “O futebol é gay” como parte de uma mensagem que retratava a liga como inclusiva.
“Muita gente não gostou daquele anúncio, inclusive internamente”, lembrou. “Mas eu nem pedi permissão a ninguém. Simplesmente fiz. Porque eu penso que uma em cada quatro pessoas nos Estados Unidos se identifica como parte da comunidade LGBTQIA+, e eles se importam que sejamos uma liga autêntica para eles também. Então, estar disposto a fazer essas coisas e a deixar algumas pessoas desconfortáveis é aceitável”.
