Nova briga da Amazon é com a Disney
Em disputa pelo controle de preços de títulos no varejo eletrônico, gigante do comércio online bloqueou as pré-vendas de ?Capitão América: O Soldado Invernal?
Em disputa pelo controle de preços de títulos no varejo eletrônico, gigante do comércio online bloqueou as pré-vendas de ?Capitão América: O Soldado Invernal?
Meio & Mensagem
11 de agosto de 2014 - 4h26
Do Advertising Age (*)
A Amazon.com colocou a Walt Disney Co. e seus super-heróis em sua mira, na busca para ganhar mais controle sobre os preços online.
A gigante do varejo bloqueou pré-vendas do filme de sucesso de verão da Disney “Capitão América: O Soldado Invernal” e outros títulos em formatos disco, repetindo a tática usada em disputas recentes com a editora Hachette e o estúdio de cinema Warner Bros.
Essa movimentação mostra que a Amazon está cada vez mais disposta a manter certos itens de consumo para colocar pressão sobre seus fornecedores. Também traz à tona a extensão da influência da Amazon no mercado de entretenimento doméstico. Estúdios contam com as vendas em versões DVD e blu-ray de seus filmes para ajudar a entregar os lucros porque poucos filmes alcançam rentabilidade apenas nos cinemas.
“Eles estão apertando os estúdios por causa dos preços de DVD – o que é compreensível, dada a sua posição no mercado”, disse Michael Pachter, analista da Wedbush Securities. “A Disney não pode cortá-los, mas a Amazon pode cortar a Disney, então eu diria que a Amazon tem a vantagem”, completa.
Confrontos da Amazon com as empresas de mídia têm se intensificado nos últimos meses sob pressão dos investidores da gigante do e-commerce para reduzir as perdas. A empresa baseada em Seattle procura usar todo seu peso durante as negociações. Enquanto a disputa com a Warner Bros foi resolvida, a briga com a editora francesa Hachette Book Group só está aumentando.
A Home Media Magazine reportou o desaparecimento da opção de encomenda para alguns DVDs da Disney, incluindo o “Muppets Most Wanted” e “Million Dollar Arm”, na semana passada. Quando a Amazon removeu essa opção para os títulos Warner Bros, de meados de maio até final de junho, foi a primeira vez que usou a tática durante as negociações com um estúdio de cinema, de acordo com a revista.
Paul Roeder, um porta-voz da Disney sediado na Califórnia, se recusou a comentar as informações. Já a Amazon não retornou as ligações para falar sobre o assunto.
Malévola, outro blockbuster de verão da Disney, também não estava disponível para pré-venda no site da Amazon, embora os clientes pudessem encomendar Capitão América em seu serviço de streaming online.
As vendas de entretenimento pela internet para consumo doméstico representam mais de um terço do mercado nos EUA, muito acima do índice de 4% registrado em 2004, segundo o instituto de pesquisas IHS Corp. Nesses dez anos, os clientes do segmento migraram rapidamente para sites como a loja online da Apple e da Amazon.
O mercado de vídeos em casa é a chave para a rentabilidade dos estúdios porque a receita com venda de ingressos para a exibição nos cinemas é dividida com os expositores.
Batalha dos livros
A Amazon domina a vendas de livros digitais com uma quota de 60% do mercado, de acordo com a Forrester Research. A varejista online ajudou a criar o mercado de e-book com o lançamento do dispositivo Kindle em 2007.
Na semana passada, a Amazon diminuiu o preço dos livros, após impasse com a Hachette, afirmando que as vendas de títulos sobem quando os preços são reduzidos. Com base em dados coletados em seu site, a Amazon afirma que um e-book comercializado a US$ 14,99 poderia vender 74% mais se o preço fosse US$ 9,99.
A disputa esquentou nesse domingo 10, quando uma carta assinada por mais de 900 autores foi publicada no New York Times, convidando os leitores do jornal a dizer ao CEO da Amazon Jeff Bezos o que eles pensam sobre o desacordo quanto aos preços dos livros digitais. A própria Amazon pediu aos leitores para entrar em contato o CEO da Hachette, Michael Pietsch, na semana passada.
Pietsch respondeu aos e-mails individualmente. “Estamos negociando de boa fé”, disse o CEO em carta. “Estas ações punitivas não são necessárias, nem é o que se espera de um parceiro de negócios confiável”, complementou.
“Assim como livros de bolso não destruíram a cultura do livro, apesar de ser dez vezes mais baratos, tampouco os e-books o farão”, disse a Amazon na semana passada, em texto publicado em um de seus sites, o readersunited.com. “Nunca vamos desistir de nossa luta por preços razoáveis de e-books”, finalizou.
A Amazon ainda apelou diretamente aos autores em uma carta no mês passado, oferecendo-lhes os lucros obtidos com a venda de livros digitais durante a disputa.
* Com informações da Bloomberg Notícias
Tradução: Bruna Molina
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