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O perfil de consumo dos envolvidos com o tráfico

Pesquisa feita pelo Data Favela procurou mapear, pela primeira vez, os hábitos das pessoas envolvidas com a criminalidade, em diferentes estados brasileiros

i 18 de novembro de 2025 - 14h52

marcas tráfico

Pesquisa ouviu moradores de favelas de 23 estados brasileiros para mapear os hábitos das pessoas que trabalham para o ecossistema do tráfico (Crédito: Shutterstock)

Pela primeira vez, um estudo quis entender, com maior profundidade, as preferências em relação a consumo, estilo de vida, objetivos e hábitos culturais de um grupo que não costuma ser mapeado pelas empresas de pesquisa: os cidadãos envolvidos com o crime, mais especificamente com o tráfico de drogas.

Nessa segunda-feira, 17, o Data Favela apresentou os resultados do Raio X da Vida Real, que entrevistou 3.954 pessoas, que moram em favelas de 23 estados brasileiros e que exercem algum tipo de atividade regular para a manutenção do tráfico no Brasil.

A proposta, segundo o instituto, é fornecer um olhar mais amplo a respeito de suas relações familiares, escolaridade e também hábitos de consumo. Pela complexidade da amostra e do estudo, o Data Favela conta que a análise dos dados coletados foi realizada por uma equipe multidisciplinar, com ampla experiência em pesquisa social e atuação direta nas favelas.

As marcas mais utilizadas pelas pessoas ligadas ao crime

Além de entrevistas as pessoas sobre questões relacionadas à família, saúde, escolaridade, educação e motivos que as levaram para uma atuação junto ao crime, o Data Favela também dedicou uma área do estudo para analisar as marcas e empresas com quem esse público mais relaciona, bem como para entender a preferência desse grupo em relação a diferentes segmentos econômicos.

A respeito das finanças, a pesquisa registrou como a situação irregular dos entrevistados impacta a utilização do sistema bancário formal. Entre os entrevistados, 28% dizem que guarda o dinheiro na própria casa e 10% prefere guardar nas casas de familiares ou de amigos e 2% guardam em um cofre. Os que guardam dinheiro em banco são 16% dos entrevistados.

Já 7% dizem investir em bens, como imóveis ou carros, enquanto 5% fazem investimentos financeiros e 4% compram ouro ou joias.

Entre os entrevistados que usam o sistema bancário formal, o Data Favela questionou sobre os bancos com quem trabalham. Nessa categoria, as pessoas puderem citar mais de uma instituição financeira.

O Bradesco apareceu em primeiro lugar, com 21% das citações, seguido por Itapu, com 16%. Também aparecem na lista a Caixa Econômica Federal (14%), Nubank (13%), Banco do Brasil11%) e Santander (9%).

O estudo ainda questionou os entrevistados a respeito das marcas preferidas em diferentes categorias. Veja, abaixo, as mais citadas:

Eletrônicos
MarcaPorcentagem
Apple31%
Samsung31%
Xiaomi12%
Motorola7%
LG5%

Operadoras de celular
MarcaPorcentagem
Claro35%
TIM30%
Vivo20%
Oi8%
Algar1%
Nextel1%
Alô Social1%
Não possuem linha2%
Não responderam2%

Marketplace
MarcaPorcentagem
Shopee29%
Mercado Livre21%
Amazon12%
Shein5%
Temu5%
Americanas3%
Magazine Luiza2%
AliExpress2%
Casas Bahia2%

Café
MarcaPorcentagem
Pilão21%
Três Corações14%
Melitta14%
Café do Ponto4%
Caboclo4%
Nespresso3%
Santa Clara3%
São Braz2%
Cerveja
MarcaPorcentagem
Heineken19%
Brahma14%
Skol12%
Antarctica7%
Itaipava7%
Budweiser5%
Bohemia4%
Corona3%
Original3%
Amstel2%

Roupas
MarcaPorcentagem
Nike23%
Lacoste14%
Adidas10%
Oakley8%
Quicksilver8%
Onbongo6%
Tommy3%

Motos
MarcaPorcentagem
Honda32%
BWM17%
Yamaha16%
Kawasaki10%
Suzuki5%
Ducati2%

Carros
MarcaPorcentagem
BMW11%
Toyota11%
Volkswagen11%
Fiat9%
Chevrolet9%
Jeep7%
Honda6%
Hyundai5%

Limpeza
MarcaPorcentagem
Omo21%
Brilhante17%
Veja7%
Ypê5%
Ariel5%
Cif5%

Pasta de Dente
MarcaPorcentagem
Colgate35%
Sorriso15%
Oral-B12%
Close-up10%
Sensodyne9%

Sabonete
MarcaPorcentagem
Dove15%
Lux14%
Protex13%
Palmolive11%
Natura9%
O Boticário5%

Cigarro
MarcaPorcentagem
Hollywood12%
Derby8%
Free7%
Marlboro7%
Dunhill6%
Minister5%
Lucky Strike5%
Eight3%
Não fumam26%