Oportunidades da Copa – Natal
Diversificação de receitas de comunicação e estímulo para ações de no-media são possíveis caminhos para o mercado
Diversificação de receitas de comunicação e estímulo para ações de no-media são possíveis caminhos para o mercado
Meio & Mensagem
14 de novembro de 2011 - 10h10
Por Antonio Carlos Santomauro
Ferramentas de comunicação antes menos exploradas devem ganhar mais espaço com o desenvolvimento de projetos relacionados à Copa do Mundo em Natal – caso não apenas do marketing esportivo, mas de todo o composto do marketing promocional.
Arturo Arruda, diretor da Art&C, há dois anos tornou-se sócio da agência de promoções Nação. “Por enquanto, ainda não se investe muito em marketing promocional no mercado local, até porque a mídia aqui ainda é barata. Mas, com a elevação dos custos de veiculação, a pulverização dos meios e a chegada Copa, esse investimento deve crescer”, projeta.
Também Raphael Damasio, sócio-diretor da agência de promoções Trupe, vê na Copa fator capaz de ampliar os investimentos nessa ferramenta. “Estamos mantendo contatos com agências de âmbito nacional visando implementar aqui ações promocionais desenvolvidas por alguns clientes nacionais para o evento”, conta.
Criada há apenas dois anos, a Trupe inclui em seu portfolio ações para marcas como TIM, Estácio e McDonald’s. Mas, especialmente entre os anunciantes locais, ainda não há demanda para possíveis ações de Copa, mesmo porque é necessário aguardar definições mais exatas sobre as questões referentes aos direitos autorais relacionados ao evento.
Veículos
A mídia, ao menos quando afiliada da Globo – detentora dos direitos de transmissão da Copa para o Brasil –, deve aguardar orientações da rede para ver se há a possibilidade de criação de projetos locais capazes de gerar receita sem conflitar com os interesses dos patrocinadores nacionais da transmissão.
Mas na Inter TV Cabugi (afiliada da Globo no Rio Grande do Norte), a Copa deve gerar mais negócios de várias maneiras: primeiramente, porque a emissora recebe taxas pela veiculação da publicidade net em seu mercado (e, previsivelmente, na época de Copa a detentora dos direitos de transmissão terá maior demanda publicitária).
Depois, porque a possível maior audiência da rede durante o evento ampliará também o público de sua programação local. “A Copa ampliará os investimentos de várias empresas em nosso mercado, e isso incentivará o comercial local a destinar mais recursos à comunicação”, acredita Milton Fabrício, gerente comercial da Inter TV Cabugi.
Mesmo sem transmitir a Copa, a Rede Tropical (grupo no qual há uma emissora de TV afiliada da Record) também pode colher dividendos pela presença da Copa em Natal, prevê o diretor comercial Fernando Eugenio. Para ele, haverá no mercado um clima de otimismo e um aumento de consumo capazes de favorecer vários veículos e meios de comunicação. “Sem ferir direitos autorais, geraremos oportunidades para destacar empresas mais interessadas em associar-se a esse evento. Por exemplo, a partir de projetos relacionados à cultura local”, adianta.
Apelo esportivo
A possibilidade da Copa em Natal serviu também para fortalecer a decisão de criação de uma das primeiras agências locais de marketing esportivo: a Dez, fundada no final de 2009 por Alan Oliveira, anteriormente presente no mercado potiguar de comunicação através de uma empresa própria de assessoria de imprensa.
Além de assessorar atletas e equipes na busca de patrocínios – entre eles, o ABC, um dos mais populares clubes de futebol do estado –, a Dez desenvolve projetos para marcas e promove eventos, como um prêmio aos melhores do esporte local patrocinado pela Ambev.
Apesar de bem mais nova, comparada à empresa de assessoria de imprensa integrante do mesmo grupo (criada nove anos antes), a Dez já obtém um volume de receita superior. “Cerca de 60% de meus negócios provêm hoje do marketing esportivo”, conta Oliveira.
O marketing esportivo começa a ser mais trabalhado em Natal pelo próprio poder público: a prefeitura desenvolve atualmente o projeto de um torneio de futebol amador, o Copa Natal. Assim como o nome, também a quantidade de equipes envolvidas nessa competição – 32, mesmo número de participantes da Copa do Mundo –, não é casual.
No início de 2012, a prefeitura promoverá um evento internacional de futebol envolvendo equipes compostas por jogadores com idade inferior a 18 anos de algumas das principais equipes do futebol brasileiro e internacional. “Buscaremos parceiros privados para apoiar esses projetos”, diz Rodrigo Cintra, secretário de esporte, lazer e Copa do Mundo de Natal.
Definida este ano em R$ 12 milhões, a verba de comunicação da prefeitura não inclui destinações específicas para projetos relacionados à Copa do Mundo, mas já gera algumas ações associadas ao evento, como um grande painel, com o formato de um jogador, instalado em um espaço público do município. “Estamos começando a montar uma equipe de profissionais, de áreas como publicidade e jornalismo, para atuar com mais foco na comunicação de Copa do Mundo”, conta Cintra.
Leia a reportagem completa na edição Meio & Mensagem Especial Oportunidades da Copa
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros