Marketing

Qual a expectativa dos shoppings para o Natal 2025?

Setor espera aumento no movimento e no valor médio gasto, impulsionado por promoções e serviços

i 16 de dezembro de 2025 - 6h03

Natal 2025: veja quais as categorias que os consumidores vão investir nesse ano (Crédito: Pryzmat/Shutterstock)

Natal 2025: veja quais as categorias que os consumidores vão investir nesse ano (Crédito: Pryzmat/Shutterstock)

Segundo a pesquisa de “Intenção de Compras para o Natal 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), as vendas no período natalino devem movimentar R$ 84,9 bilhões, com 124,3 milhões de pessoas indo às compras.

No Brasil, 76% dos consumidores afirmam que pretendem presentear alguém neste fim de ano, e o consumidor deve adquirir, em média, quatro presentes, número que sobe para cinco nas classes A/B. O valor médio gasto por item chega a R$ 174, quase 30% acima de 2023.

Tendência e perfil de consumo

Roupas permanecem na liderança das intenções de compra (52%), seguidas por perfumes e cosméticos (36%), calçados (30%), brinquedos (30%) e acessórios (22%).

A pesquisa também destaca que 43% dos consumidores já substituíram ou pretendem trocar presentes materiais por experiências, como viagens, shows e jantares.

Quase metade dos entrevistados (41%) planeja gastar mais que no ano passado, seja para comprar itens de maior valor, ampliar o número de presentes ou compensar a alta de preços.

As formas de pagamento mais usadas devem ser Pix (54%), cartão de crédito parcelado (39%) e débito (28%).

No canal de compras, o brasileiro segue híbrido: 75% devem comprar em lojas físicas, sobretudo em shoppings e lojas de departamento, mas 58% também realizarão parte das compras online. Além disso, 82% dos consumidores farão pesquisa de preços antes de comprar.

Shoppings projetam Natal aquecido

O ambiente se reflete nos centros de compras. Para a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), o bom momento do mercado de trabalho e a estabilidade dos indicadores do setor são fatores que impulsionam o Natal.

“Operamos com ocupação de 95,6% e inadimplência em um dos menores níveis desde 2019. Para 82% dos shoppings, o desempenho será melhor que no ano passado. A entidade projeta alta de 5% nas vendas, movimentando R$ 6,2 bilhões, e prevê crescimento de 1% no fluxo”, afirma Glauco Humai, presidente da associação.

No varejo paulistano, a Cidade Center Norte, responsável pelos Shopping Center Norte e Lar Center, trabalha com ritmo aquecido.

“Nossa expectativa é bastante positiva. O desempenho das últimas semanas já supera o ano passado”, afirma Guilherme Marini, diretor executivo. O empreendimento projeta crescimento de 8% nas vendas e 5% no fluxo.

O shopping observa aumento não apenas na frequência, mas também no tempo de permanência do público.

“A decoração e as ações promocionais são os catalisadores do movimento”, diz Marini. Segundo ele, a Black Friday também acelerou as compras de maior valor e fortaleceu o tráfego de dezembro, quando o consumidor retorna para complementar itens e vivenciar a ambientação natalina.

Impacto do cliente digital e físico

O avanço do consumidor híbrido, aquele que compra presencial e também via e-commerce, é consenso entre as fontes ouvidas, e também o principal desafio.

“Hoje, 75% pesquisam preços online antes da compra presencial e 86% já combinam canais”, afirma Humai. Para isso, shoppings têm investido em integração logística, retirada no local e plataformas próprias de venda.

A Allos, responsável por 54 shoppings espalhados em diversas regiões, dos quais 45 são próprios e 9 administrados, reforça esse movimento.

“Nosso objetivo é estar presente em todas as plataformas, proporcionando uma jornada eficiente e contínua”, afirma Ana Paula Niemeyer, diretora de marketing.

A companhia destaca que seu programa de benefícios responde por cerca de 30% das vendas dos shoppings, e que os clientes participantes aumentam em média 17% suas visitas.

No Cidade Center Norte, a disputa também é tratada pela via da experiência. “Enquanto no online a rapidez está no clique, no shopping ela está na solução imediata da necessidade. O cliente sai com o produto em mãos, sem depender de prazos de entrega”, completa Marini.