Canais infantis buscam crianças desaparecidas
Nos EUA, Nickelodeon, Cartoon Network, Nielsen e outros tentam descobrir queda de 20% do público
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Meio & Mensagem
29 de novembro de 2011 - 12h03
Onde é que as crianças foram parar? Para tentar responder a essa pergunta, executivos dos canais Nickelodeon e Cartoon e da empresa Nielsen têm se debruçado sobre a inexplicável queda de audiência entre 15% e 20% nos infantis. O CEO da Viacom (que controla o Nickelodeon), Philippe Dauman, disse que a queda é uma “aberração”. O executivo afirmou que o canal trabalha com a Nielsen para determinar o que pode ter causado essa fuga das crianças.
No entanto, dados da própria Viacom, coletados por meio de set-top boxes, não mostram os mesmos números. Por conta disso, a Nielsen fará uma avaliação exaustiva das medições nacionais da audiência. Segundo a Nielsen, até o momento foi constatado que a metodologia de medição, a operação e o processo de comunicação funcionam normalmente.
Mas o canal Nickelodeon não está sozinho nessa queda. Também apareceram discrepâncias no Cartoon Network (da Turner/Time Warner) e Walt Disney. Analistas de mídia indicam que houve queda de audiência nesses canais durante as últimas semanas.
No Cartoon, houve uma queda de 15% na faixa de crianças entre 2 e 11 anos e, depois, de 18% na semana seguinte. O canal até alegou que essa queda se deve à comparação com a audiência do filme “Scooby Doo” apresentado no mesmo período do ano passado. Já na Disney, o declínio foi de 21,4% na semana encerrada em 6 de novembro e de 2,6% na semana a partir de 9 de novembro. E ainda há os números da ABC Family e do Discovery The Hub.
No conjunto, portanto, há uma preocupação com a audiência das crianças. Ao contrário de seus avós e pais, as crianças da atual geração não têm uma, mas sim muito mais telas e entretenimento como opções. A longo prazo, as crianças e pré-adolescentes poderão migrar da tela da TV tradicional para outras telas sem terem entranhado a tradição de assistir TV convencional (cabo, no caso dos EUA).
Multitarefa
“A mídia global infantil tem aumentado, mas, na verdade, o uso é dividido entre a TV, videogame, computadores, redes sociais, DVDs, música e outros formatos”, diz o professor da Universidade de Syracuse, T.Makana Chock. “Elas (as crianças) são multitarefa com mais frequência”.
Um estudo da Kaiser Family Foundation, feito a partir de janeiro do ano passado, determinou que a audiência da programação de TV linear, na faixa até 18 anos, havia diminuído em 25 minutos por dia. A Kaiser começou a fazer esse levantamento em 1989. Os mais jovens continuam a assistir à TV, só que de forma pré-gravada ou em outras plataformas, nota um relatório da fundação. “Não é muito provável um declínio no uso da mídia global, e sim uma mudança para outro tipo de mídia”, afirma o professor de comunicação da Universidade do Texas, Mark Tremayne.
Os executivos de TV já passaram por isso antes. Em 2003, a Nielsen constatou que os telespectadores homens com idades entre 18 e 34 anos (uma das faixas mais cobiçadas pelos anunciantes) não assistiam à TV como antes. Depois de um ano, no entanto, o mesmo público havia retornado à TV. Resta saber se os filhos e filhas pródigas retornarão também.
(*) Brian Steinberg, do Advertising Age.
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