Como a Uber quer se fortalecer como plataforma de publicidade no Brasil?
Após primeiro ano de operação, empresa planeja implementar solução de mídia programática e estuda novos formatos de anúncios
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Bárbara Sacchitiello
21 de agosto de 2024 - 8h53
Lançada em 2022 em alguns países, a plataforma de publicidade da Uber conseguiu alcançar a marca de US$ 1 bilhão em receitas no segundo trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados pela própria companhia em sua mais recente apresentação de resultados.
Para a Uber, a publicidade se apresenta como uma fonte de diversificação de receitas e uma forma de gerar resultados além de seu negócio principal, que é o serviço de mobilidade.
A iniciativa chegou ao Brasil ainda no ano passado, em 2023, quando a operação local estruturou a Uber Advertising e, em julho, contratou Daniela Galego para liderar o negócio.
Desde então, nós últimos meses, os usuários da plataforma começaram a visualizaram anúncios e mensagens de marcas quando utilizam o aplicativo. A companhia não divulga os resultados de negócios de cada um dos mercados, mas afirma que, nesse primeiro ano de existência, o Uber Advertising vem obtendo bons resultados no Brasil.
Segundo Daniela Galego, houve, por parte dos anunciantes, interesse e rápida adoção das soluções de publicidade da Uber. “Cheguei à empresa com o desafio uma montar uma unidade de negócios, que cresceu rapidamente. Podemos afirmar que, nesse primeiro ano, já superamos o que pretendíamos, como plataforma de mídia”, garante.
A abertura para a comercialização de espaços publicitários, no entanto, sempre é algo desafiador, sobretudo para ambientes digitais que não misturavam marcas à experiência dos usuários.
Por conta disso, Daniela conta que uma das principais preocupações da área de advertising da Uber foi criar formatos publicitários que não atrapalhassem a experiência do usuário na hora de fazer uma viagem. “A publicidade é zero intrusiva, só mostra o anúncio depois de o usuário já ter feito a solicitação. Isso corrobora e incrementa o resultado positivo que percebemos ao longo desse primeiro ano, tanto do lado dos anunciantes quanto do consumidor”, diz a executiva.
Atualmente, a Uber já oferece no Brasil anúncios em formato display, vídeo e playable, em que explora algumas formas de interatividade com o público. Dois exemplos de anunciantes que fizeram uso das soluções de publicidade no País são a plataforma de streaming Max, que preparou um quiz a respeito de suas séries aos usuários, e a Heineken, que aproveitou os trajetos que usuários faziam para bares e restaurantes para mostrar anúncios de suas bebidas, de forma segmentada. Em âmbito global, são anunciantes da Uber Advertising marcas como Coca-Cola, Disney, L’Oréal e Stellantis.
“Temos uma segmentação diferenciada que é baseada justamente nos dados sobre o comportamento que temos dos usuários. Os locais que as pessoas frequenta acabam revelando muito sobre ela e sobre seus hábitos. Se o usuário faz muitos trajetos para bares e restaurantes, por exemplo, já temos indicação sobre um hábito de consumo e isso é algo bem valioso para os anunciantes”, comenta Daniela.
Para os próximos meses, a executiva da Uber conta que a empresa pretende continuar com o trabalho de divulgação e expansão da plataforma de anúncios entre o mercado publicitário brasileiro. Isso deve ser reforçado com um evento, que a empresa deve realizar em setembro, para marcar o primeiro ano da plataforma e, também, apresentar uma pesquisa sobre mobilidade e hábitos de consumo. Além disso, outros formatos de publicidade que já estão sendo testados em outros mercados podem, também, chegar ao Brasil.
“Para o segundo ano da plataforma, queremos abrir a oportunidade de mídia programática no inventário, pois sabemos que o mercado brasileiro está olhando para isso. Já iniciamos alguns testes e planejamos expandir. Em alguns mercados globais estão sendo implementadas telas, com conteúdo e anúncios. Temos conversado sobre isso e, pela importância que o Brasil tem nos negócios da empresa, certamente em breve teremos oportunidade de trazer para cá”, projeta.
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