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Mídia

Facebook: as diversas fases de um adolescente

Plataforma, que celebra 15 anos, mudou a forma de consumir conteúdo e publicidade, mas teve de lidar com questões sensíveis de segurança de dados


4 de fevereiro de 2019 - 16h00

 

Em 15 anos, o Facebok tornou-se uma das empresas mais comentadas da história (Crédito: Reprodução)

Fosse uma pessoa, o Facebook pertenceria à Geração Z, dos nascidos no final da década de 1990 e início dos anos 2000, já que completa 15 anos nesta segunda-feira, 4. E é exatamente essa geração que preocupa a plataforma sobre sua existência em longo prazo. De acordo com o Pew Research Center, os jovens estadunidenses, de 13 a 17 anos, dizem preferir o Snapchat e o Instagram ao Facebook.

Esse é um dos diversos desafios que a rede social possui, considerando que ela também vive uma de suas maiores crises de imagem, reflexo das denúncias de utilização de dados de usuários para fins comerciais. No entanto, mesmo em um dos anos mais atribulados de sua história, quando veio à tona o caso Cambridge Analytica, a plataforma alcançou lucro recorde de US$ 6,9 bilhões no quarto trimestre de 2018 e alta de 30% de receita.

“O Facebook mudou a internet, estabelecendo a ‘cultura do feed’. Se antes a web era fragmentada, pouco linear e dominada pelas URLs, após o Facebook ela se concentrou em um só espaço. Esse movimento mudou todas as previsões possíveis sobre o que seria a internet. Não alimento uma visão apocalíptica. Acredito que isso se deve pelo fato de que, hoje, buscamos uma vida mais prática e plural lendo um site ou blog todo dia e passar no feed vendo o que acontece no mundo”, observa Daniel Diniz, VP de Planejamento da Isobar.

A plataforma foi uma síntese da revolução digital vivida pela sociedade moderna em função de sua capacidade de disseminação segmentada de conteúdo. “Isso tudo em um processo de evolução constante, tanto em termos de funcionalidades para o consumidor, quanto de opções e formatos para os anunciantes. Esse é um cenário muito complexo e com vários riscos, que demandam muito conhecimento, tecnologia e especialização por parte das agências e marcas”, observa Bruno Mosconi, diretor geral da iProspect Brasil.

Alexandra Avelar, Country Manager da Socialbakers, explica que, ainda que a plataforma viva desafios complexos, sua missão principal de conectar pessoas permitiu que ela se mantivesse atrativa tanto para usuários quanto para anunciantes. “Mesmo com a aquisição de outras redes, o Facebook se mantém como a estrela do grupo. Apesar do grande crescimento do Instagram, é o Facebook que tem a maior base ativa, o maior nível de engajamento e quem recebe o maior investimento das marcas”, explica. Atualmente, o Facebook tem 2,7 bilhões de usuários em pelo menos uma das suas plataformas (Facebook, WhatsApp e Instagram) todos os meses.

O Brasil, conhecido pelo grau de aderência a redes sociais em função do sucesso do Orkut, por exemplo, foi fundamental para o Facebook. “Há 15 anos, começou tímido e acabou desbancando seu principal concorrente. Nesse período, o Facebook se modernizou, passa por atualizações e está na mão de milhões de brasileiros, que fazem do Brasil um dos países com mais seguidores da plataforma”, observa Paulo Sant’Anna, VP de Mídia da mcgarrybowen. Rodolpho Aguiar Eufrosino, diretor-geral de mídia da Dentsu Brasil, explica que um dos feitos mais positivos da plataforma desde sua existência foi propiciar acesso. “Acesso para grandes empresas se conectarem com seus potenciais consumidores, acesso para pessoas interagirem e o acesso mais importante, ao meu ver, para que todos possam empreender no ambiente digital”, afirma.

“O Facebook mudou a internet, estabelecendo a ‘cultura do feed’”

Sendo a plataforma tão importante para a comunicação moderna, onde reside seus próximos passos? Além de ter investido nos últimos anos em conteúdo com o Watch, sua plataforma de vídeo, e também em novas formas de comunicação como com o Oculus VR, a plataforma ainda não deixou claro para qual caminho seguirá com o objetivo de manter a retenção de usuários e crescimento em receita. Na semana passada, matéria do New York Times apontou que a integração dos serviços de mensagens do Instagram, WhatsApp e Messenger, estaria em estudo prevista para 2020.

 

Mark Zuckenberg respondeu ao parlamento dos Estados Unidos sobre a polêmica envolvendo a empresa Cambridge Analytica e suas políticas de segurança em abril de 2018 (Crédito: Chip Somodevilla/Getty Images)

No texto intitulado “Um olhar sobre o modelo de negócio”, publicado na semana retrasada em jornais como Wall Street Journal, Le Monde e Folha de S.Paulo, Zuckerberg esclareceu alguns pontos sobre os principais modelos de negócios da plataforma. “Nos últimos tempos surgiram muitas perguntas obre nosso modelo econômico, por isso quero esclarecer a forma como funcionamos”, escreveu Zuckerberg quando expôs sua preocupação com dados e a reputação do Facebook.

“Mesmo com a aquisição de outras redes, o Facebook se mantém como a estrela”

“Não vendemos dados das pessoas, apesar de isso ser dito com frequência. Na verdade, vender informações das pessoas seria contrário aos nossos interesses de negócio, porque isso reduziria o valor do nosso serviço para anunciantes. Temos um forte incentivo para proteger as informações das pessoas de serem acessadas por qualquer outra pessoa”, pontuou.

Os fatos emblemáticos dos 15 anos de Facebook

2019

Lucro recorde na história da plataforma
O Facebook divulgou, no balanço financeiro do último trimestre de 2018, recorde de lucro, atingindo a marca de US$ 6,8 bilhões no período e uma alta de 30% na receita. Os resultados positivos estão na contramão da crise vivida pela empresa após as investigações de casos de uso indevido de dados.

Facebook x Apple
A Apple penalizou o Facebook após informações de que a plataforma estaria usando o aplicativo Facebook Research para captar dados de usuários em troca de US$ 20. A Apple se baseou no argumento de que o certificado usado pelo app não era compatível, o caso foi solucionado dias depois.

Zuckerberg em uma das apresentações do Facebook em San Francisco (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

Mark Zuckerberg explica modelo de negócios
Em artigo publicado no Wall Street Journal, Le Monde e Folha de S.Paulo, Zuckerberg tratou sobre privacidade de dados, monetização e anúncios na plataforma. “Nos últimos tempos surgiram muitas perguntas obre nosso modelo econômico, por isso quero esclarecer a forma como funcionamos”, escreveu.

2018

Zuckerberg fala ao Parlamento Europeu
Em maio de 2018, Zuckerberg falou por 75 minutos com representantes do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para responder questões sobre as políticas de privacidade da plataforma e o uso de dados para campanhas que vieram à tona no caso Cambridge Analytica.

O Instagram tornou-se uma ferramenta importante para aproximar o Facebook do público jovem (Crédito: Reprodução)

Cambridge Analytica
Informações publicadas pelos jornais New York Times e Guardian apontaram que dados de 87 milhões de usuários do Facebook foram manipulados pela consultoria política.

Mudanças de algoritmos
Em janeiro de 2018, Mark Zuckerberg anunciou a mudança no fluxo de conteúdo que as pessoas acessam no Facebook diariamente —, de forma a dar prioridade a publicações de amigos e família em vez de marcas, empresas de mídia e vídeo.

2016
O surgimento dos stories
Em um momento em que o Snapchat parecia começar a crescer com maior intensidade, o Instagram, de propriedade do Facebook, lança a função stories que vira sensação entre seus usuários.

A Rede Social retratou o surgimento da plataforma, inclusive sendo alvo de algumas polêmicas (Crédito: Reprodução)

2014

Compra do WhatsApp
O Facebook anunciou em fevereiro de 2014 que estava comprando o WhatsApp por US$ 16 bilhões. O aplicativo de mensagens foi a base para uma das áreas mais promissoras dentro da plataforma, a de mensageria.

Mark Zuckerberg utilizando um dispositivo de VR (Crédito: Reprodução / Facebook)

Oculus VR é incorporada
Com o objetivo de iniciar a construção de uma plataforma baseada em realidade virtual o Facebook pagou US$ 2 bilhões pela Oculus VR.

2012

Aquisição do Instagram
O Instagram foi comprado por US$ 1 bilhão. Aplicativo que tornou-se, a partir de 2016, com a criação dos stories, a principal plataforma de foto e vídeos do grupo.

Estreia na bolsa de valores
O Facebook estreou na bolsa de valores e suas ações foram negociadas ao preço inicial de US$ 38, o que rendeu US$ 16 bilhões à companhia.

O IPO do Facebook na Nasdaq foi um dos mais emblemáticos da indústria de tecnologia (Crédito: Reprodução)

2010
Estreia do filme a A Rede Social
O filme retratou a história da criação do Facebook com uma estreia que arrecadou US$ 23 milhões,

2004
A fundação na Universidade de Harvard
O Facebook foi fundado por Mark Zuckerberg e seus colegas de quarto em Harvard: Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. Posteriormente, o serviço chegou aos estudantes de Stanford e outras faculdades da região de Boston.

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