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Justiça do EUA determina que Google divida seu negócio de publicidade

Em mais uma etapa do julgamento da gigante de tecnologia, departamento de justiça exige que companhia venda sua plataforma de comercialização de anúncios a publishers


5 de maio de 2025 - 6h10

Justiça Google

(Crédito: Tada Images/Shutterstock)

Com informações da Bloomberg e do Ad Age

O departamento de justiça dos Estados Unidos solicitou a um juiz federal na última sexta-feira, 2, que obrigue a Alphabet, proprietária do Google, a vender partes essenciais de sua tecnologia de publicidade e compartilhar os dados em tempo real com os concorrentes, a fim de cumprir a decisão que considerou que a gigante de tecnologia teria, ilegalmente, monopolizado o mercado de veiculação de anúncios no ambiente digital.

O governo quer que a empresa se desfaça do software usado por sites para vender anúncios, conhecido como o servidor de anúncios para publishers, bem como da plataforma usada para conectar compradores e vendedores de displays online. O departamento de justiça defendeu uma abordagem por fases, que exigiria, primeiramente, que o Google fornecesse dados de leilões em tempo real de sua plataforma de anúncios para servidores de publicidade de publishers concorrentes.

O departamento de justiça fez o pedido em um tribunal da Virginia na última sexta-feira, 2, durante audiência envolvendo as operações de publicidade da big tech. O governo também está processando o Google em outro caso, focado no suposto monopólio do segmento de buscas.

A juíza distrital Leonie Brinkema, que está presidindo o caso, marcou para 22 de setembro a data para ouvir as propostas do Google a respeito dos danos concorrenciais que teriam sido causados. Nesta segunda-feira, 5, as duas partes apresentarão a proposta formal detalhada.

Brinkema se mostrou cética em relação à necessidade do Google de vender o servidor de anúncios, desenvolvido a partir da aquisição da DoubleClik, em 2008. A juíza questionou diversas vezes, durante a audiência, se a venda da plataforma de anúncios, juntamente com o compartilhamento dos dados dos lances, resolveria sua decisão a respeito de o Google ter agido de forma anticompetitiva.

O Google e o governo estavam amplamente alinhados quanto ao fornecimento de acesso a dados em tempo real, mas a companhia rejeitou a necessidade de qualquer desinvestimento, considerando-o inviável.

A receita dos negócios dessa network do Google, pelos quais a companhia veicula anúncios em outras áreas da internet, vem diminuindo nos últimos trimestres, sugerindo que o negócio pode perder importância para a gigante de tecnologia no futuro.

O departamento de justiça disse a Brinkema que as alienações são essenciais para garantir que o Google não volte a ter condutas ilegais no futuro. O governo afirmou que é difícil prever todas as maneiras pelas quais “um monopolista reincidente como o Google” tentará dominar um mercado, disse a advogada do departamento de justiça, Julia Tarver Wood, ao tribunal.

“Hoje o departamento de justiça reconheceu que a resolução proposta pelo Google para a tecnologia de anúncios aborda integralmente a decisão do Tribunal sobre responsabilidade”, disse Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, em comunicado após a audiência. “As propostas adicionais do departamento de justiça para forçar a separação de nossas ferramentas de tecnologia de anúncios vão muito além das conclusões do Tribunal, não têm base legal e prejudicariam publishers e anunciantes”.

No mês passado, Birkema decidiu que o Google violou a lei antitruste nos mercados de trocas de anúncios e ferramentas usadas por sites para vender espaço publicitário, conhecidos como servidores de anúncios. Mas ela afirmou que a empresa não se enquadrava na definição de monopólio para um terceiro mercado de ferramentas usadas por anunciantes para comprar anúncios gráficos. Ela também interpretou que o Google exigia ilegalmente que os publishers da web usassem seu servidor de anúncios se quisessem obter todos os benefícios de sua troca de anúncios.

A decisão de Brinkema marcou a segunda vez no ano que o Google foi considerado monopolista por um Tribunal. O departamento de justiça também está forçando a Alphabet a vender o navegador Chrome.

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