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Omelete&Co investe em dados e mercado imobiliário

Holding Omelete&Co investe em base de dados, integração, estrutura e parcerias para alcançar novos territórios e lançar novos produtos


14 de dezembro de 2023 - 6h00

Este ano, o Omelete&Co realizou a décima edição da CCXP no Brasil, que reuniu 278 mil pessoas. Junto com o evento, a holding anunciou que trará o festival de jogos eletrônicos Gamescom à América Latina em 2024, ano em que também fará a primeira edição da CCXP no México, em maio. Adicionalmente, em novembro, a companhia adquiriu o aplicativo de recomendação de filmes e séries Chippu.

Pierre Mantovani, CEO da holding Omelete&Co, conta planos em direção a maior integração das marcas do grupo (Crédito: Arthur Nobre)

Pierre Mantovani, CEO da holding Omelete&Co, conta planos em direção a maior integração das marcas do grupo (Crédito: Arthur Nobre)

A empresa investe na construção de uma base de dados para entregas mais personalizadas aos usuários, assim como uma continuidade na especialização em live experience. Segundo o CEO do Omelete&Co, Pierre Mantovani, o intuito é revolucionar experiências físicas, como shoppings. Assim, a holding irá apostar no mercado imobiliário. Além disso, a longo prazo, a empresa pensa em realizar uma CCXP por continente.

Em entrevista ao Meio & Mensagem, o co-fundador e CEO do Omelete&Co, Pierre Mantovani, detalhou as empreitadas do grupo e planos para novos negócios.

Novos produtos e serviços do Omelete&Co

Meio & Mensagem – A Omelete firmou parceria com a Chippu. Qual é o objetivo estratégico ao incorporar a plataforma Chippu?
Pierre Mantovani – Este ano, fizemos muitas mudanças corporativas tendo como objetivo o crescimento e aonde queremos chegar. Usamos dados e informações para termos decisões mais assertivas, sejam para os eventos, marcas, conteúdo ou para os patrocinadores ou marcas que se conectam no ecossistema e queiram oferecer produtos e serviços que façam sentido para todas as pessoas que seguem o Omelete. Chippu é a plataforma que integra todos os tipos de conteúdo. A partir disso, criamos um database integrado com tudo que a pessoa faz no ecossistema para podermos conectar que tipo de conteúdo se lê, se assiste e o que vamos sugerir para assistir. Todas as nossas empresas e assets coletam dados de forma digital ou presencial. Queremos entender o comportamento do fã para desenhar uma persona mais assertiva e delimitarmos produtos e serviços para ofertarmos.

M&M – Como vocês se organizam ao planejar produtos e novos negócios?
Mantovani – Estamos abertos tanto para investir financeiramente quanto para entrar com investimento usando o próprio ecossistema. Criamos uma holding na qual temos financeiro, RH, tecnologia, data lake, business intelligence (BI) e gestão de marca. Essa holding presta serviços para todas as empresas e unidades de negócio que estão embaixo. A grande mudança que fizemos nesses 23 anos é que entendemos que, com a estrutura que temos, se ficarmos de quatro a cinco vezes maiores, agora estaremos alinhados. Vamos dar passos maiores. Queremos, por exemplo, revolucionar os shoppings ao criar um shopping de entretenimento, mas são projetos embrionários. Ao longo de 2024, queremos desenvolvê-los e apresentar para grandes investidores do mercado imobiliário algo que ainda não existe no Brasil.

Edições internacionais da CCXP

M&M – Por que a CCXP da Alemanha não retornou para mais edições?
Mantovani – É uma pena que não retomou. A Alemanha ainda sofre com a guerra da Ucrânia. Estamos longe da guerra, mas eles tiveram impacto muito grande na economia. A Koelnmesse desacelerou até que os negócios voltem ao normal e aí pensaremos no evento. É uma posição muito diferente dos nossos sócios mexicanos, a Ocesa, que é a maior empresa de eventos do México. Avaliamos o mercado mexicano e pensamos que, para termos a melhor entrega para qualquer produtor de conteúdo, em geral, na América Latina, deveríamos dominar os dois maiores mercados. Já dominamos o Brasil, que é um continente na América Latina porque só nós falamos português. E aí, dominando o México, temos entrega completa na região. Faz muito sentido.

M&M – Quais são os planos em relação a novos mercados?
Mantovani – A ideia não é ter escritórios em dez países no curto prazo. Conseguiremos fazer poucas CCXPs mundo afora. Não dá para ter dez eventos por ano. A expansão passará quase, praticamente, por ter um evento grande em cada continente, talvez. No curto prazo, queremos fazer o México dar super certo. Queremos consolidar a liderança e América Latina. Dentro das novas expansões, queremos crescer no mundo do eSports, que está conectado com os games, porque o nosso negócio é uma coisa que se conecta à outra. Tudo que possa fazer sentido no nosso ecossistema, principalmente nessa ótica de eventos e produção de conteúdo, vamDos olhar. A expansão da empresa está nesses pilares.

Descontinuações durante a pandemia

M&M – A CCXP teve uma iniciativa no Nordeste em 2017 e não houveram mais edições. Além disso, a empresa descontinuou a loja Omelete Store e o clube de assinatura Omelete Clube, e não retomou os projetos Omelete House e GameXP. Quais foram os motivos para a descontinuação dos projetos?
Mantovani – Obviamente temos mais sucessos do que insucessos, mas nem tudo o que fizemos nós acertamos. Ir para o Nordeste foi um negócio maravilhoso, numa época que deu para levarmos celebridades para o Nordeste, em 2017, mas o evento financeiramente não parava de pé, então demos um passo para trás. O nordestino é um povo tão caloroso, eles nos receberam tão bem que nossa vontade era estar lá todo ano, mas o nosso negócio é meio inviável para lá. É muito grande e muito caro. Infelizmente, tivemos que dar um passo para trás e não por falta de vontade de fazer.

A Game XP paramos por conta da pandemia, assim como a Omelete Store e a Omelete Box, que eram operações conjuntas. Antes da pandemia, 70% da nossa receita era de eventos. Hoje, live experience está em cerca de 50%. Tivemos que cortar tudo que não estava necessariamente gerando receita e algumas dessas iniciativas podem voltar a acontecer. Não temos planos de curto prazo, mas as ideias eram boas e esses modelos de negócio estavam caminhando para frente. Quem sabe, no futuro, podemos reativar.

Futuro do Omelete&Co

M&M – Quais são os desafios do grupo e o que se projeta para o futuro do Omelete&Co?
Mantovani – Temos o objetivo de tornar todas as nossas marcas mainstream. Muito do que fizemos, como a CCXP e o Gaulês, furou a bolha. A expansão internacional é um prazer para a empresa. Queremos transformar o mercado brasileiro de entretenimento para que se profissionalize, com oportunidades para a economia criativa. Espero que a nossa história, seja como empreendedores ou de engajamento de conteúdo que fazemos, mobilize o poder público e novos empreendedores que enxergam que, se investirmos em entretenimento, temos potencial para fazer coisas incríveis. Dá para fazer tudo, só precisa um pouquinho mais de união, de esforços conjuntos.

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