Como os veículos usam os Canais do WhatsApp?
Veículos jornalísticos utilizam a ferramenta Canais, do WhatsApp para distribuir conteúdo, fidelizar público e coletar dados
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Thaís Monteiro
26 de janeiro de 2024 - 7h00
Aplicativo de mensageria mais popular no mundo, segundo a Similarweb, o WhatsApp é usado por diversas empresas a fim de dialogar de forma mais direta com os consumidores. Com os veículos de notícia, não é diferente. Os publishers usam a ferramenta para atendimento ao consumidor ou para enviar as notícias diretamente para o usuário.
Em setembro de 2023, a Meta anunciou o lançamento de uma nova função no WhatsApp: o Canais. Nesse recurso, as empresas e criadores de conteúdo podem criar um espaço onde publicam conteúdo e os usuários inscritos podem reagir ao conteúdo.
Assim, os Canais do WhatsApp se somaram às demais redes sociais para divulgação de conteúdo e experiências de marca, com a diferença de uma relação mais imediatista e segmentável. Além disso, segundo os veículos, a ferramenta proporcionou acesso a novos dados sobre o público consumidor – algo que, futuramente, pode resultar em nova fonte de receita.
De forma geral, os veículos de notícia utilizam a função para entregar conteúdos exclusivos para o usuário e ampliar a presença da marca no dia a dia digital do público. A ferramenta oferece acessibilidade e interação rápida com o conteúdo.
O uso mais comum é a divulgação de conteúdos publicados no portal do publisher, mas de forma adaptada para o formato, como em resumos de forma direta e instantânea. “Isso fortalece nossa relação com os leitores e amplia nossa presença digital”, sublinha Fernando Miranda, CMO do Grupo Exame.
Alguns publishers optam por criar canais separados para cada assunto que cobrem, assim segmentando o conteúdo por interesse. Por exemplo, o Grupo Perfil tem canais dedicados exclusivamente à enviar informações de cobertura do Big Brother Brasil. “Estamos na era da individualização da experiência digital e os canais do WhatsApp propõem esta experiência de forma ainda mais rápida e acessível para uma audiência ativa e mobile”, descreve Luis Maluf, presidente do grupo.
Da mesma forma, o ge conta com 19 canais, cada um dedicado a publicar notícias dos maiores clubes brasileiros. Assim, o veículo conta com o canal do Flamengo, Corinthians, entre outros. Neles, o ge veicula vídeos exclusivos, o que aumenta o valor de seguir o canal da marca. Para tornar a experiência melhor, André Amaral, gerente editorial do ge, afirma que a empresa usa uma linguagem mais próxima de uma conversa no app. O G1 conta com 40 canais, entre eles os de notícias e os de serviços, como Guia de Compras, Fato ou Fake, Guia Cultural, etc.
A plataforma também funciona como um recurso para conhecer melhor os gostos do consumidor a partir das reações e demais interações com o canal. É possível coletar informações sobre preferências e, a partir disso, pensar novas estratégias.
Além disso, os veículos utilizam o canal para fidelizar o consumidor, marcando uma presença constante em um aplicativo com alta penetração e acessado diariamente. “Pela própria segmentação de conteúdo e pela ação direta de engajamento, os seguidores se tornam agentes de mudança e constroem com as marcas os seus interesses”, explica Maluf.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Will Cathcart, presidente do WhatsApp, indicou que a Meta estuda incluir espaços publicitários no aplicativo. Segundo o executivo, isso não aconteceria na caixa de entrada do usuário, mas poderia ser aplicado nos canais ou status. Além disso, ele sugeriu que os canais podem exigir assinatura dos seguidores, como um espaço com conteúdo exclusivo para assinantes.
O Grupo Perfil e o Grupo Exame afirmam já estudar formas de monetizar o conteúdo nos canais. De acordo com Miranda, CMO do Grupo Exame, a partir da fidelização dos consumidores através do contato mais direto e personalizado proporcionado pela ferramenta “canais” abre novas oportunidades comerciais.
“A inclusão de formatos publicitários nos Canais do WhatsApp pode abrir novas vias de monetização e parcerias. Esperamos que esses formatos ofereçam uma maneira mais orgânica e menos intrusiva de alcançar nosso público, em comparação com métodos tradicionais de publicidade digital”, declara.
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