Assinar

A Globo está mudando e não é de hoje

Buscar

A Globo está mudando e não é de hoje

Buscar
Publicidade
Opinião

A Globo está mudando e não é de hoje

Famosa pelo padrão que tornou grade e formato de programas intocáveis, a emissora vem fazendo concessões


18 de maio de 2016 - 16h48

A Rede Globo está mudando – e não é de hoje.

Atenta aos movimentos do mercado e, principalmente, do público, especialmente os mais jovens, a emissora tem feito diversas concessões antes impensáveis no conhecido “Padrão Globo de Qualidade”, que reinava no Brasil, principalmente entre os anos 1970 e 1980.

Quer alguns exemplos? Vamos lá:

Já faz algum tempo que Dirceu Rabelo deixou de ser a única voz-padrão da emissora. Em 2013, Mabel Cézar fez as chamadas da novela Joia Rara, causando furor no público e no mercado. Desde então, ela passou a fazer diversas chamadas da casa, bem como outros locutores mais jovens. Os próprios artistas também fazem chamadas de alguns programas e filmes – atitude que gerou protesto do sindicato dos locutores.

 

Eliza (Marina Ruy Barbosa)

Marina Ruy Barbosa interpreta Eliza em Totalmente Demais (Crédito: Paulo Belote/ Divulgação/ TV Globo)

A Globo também passou a utilizar um expediente que a Tupi já fazia nos anos 1970, sendo depois seguida pelo SBT e pela Record. No Vale a Pena Ver de Novo, passou a estrear uma novela enquanto outra está em seus capítulos finais. A dobradinha começou com O Cravo e a Rosa e Caras & Bocas, no início de 2014 e, desde então, virou padrão na faixa. Quem sabe daqui algum tempo eles começam a fazer isso nos horários tradicionais das seis, sete e nove…

A mais recente mudança envolveu as novelas Totalmente Demais e Haja Coração. A atual trama das sete, que vai muito bem na audiência e bate seguidamente Velho Chico, não terminará numa sexta-feira, como é de costume há décadas. Terminará no dia 30 de maio, uma segunda-feira, fato que não ocorria desde Estúpido Cupido, em 1977.

A Globo não está errada, muito pelo contrário. É assim que deve ser – novos tempos, acompanhe-os

Haja Coração vai estrear numa terça, 31 de maio, o que é comum, também, para SBT e Record. Além de aproveitar um pouco mais os índices de Totalmente Demais, a Globo atrapalhou a estratégia da Record, que estrearia Escrava Mãe no dia 30, seguindo a data original de Haja Coração. A emissora de Edir Macedo recuou e também confirmou a estreia para o dia seguinte.

As mudanças não se limitam às novelas.

O Jornal Nacional, pilar de sisudez da casa até uns tempos atrás, ganha cada vez mais informalidade, com os apresentadores andando pelo estúdio, conversando entre si e chamando uns aos outros por apelidos.

Nas transmissões esportivas, como futebol e Fórmula 1, os patrocinadores passaram a ganhar mais espaço, ocupando boa parte da tela durante as inserções, além da identificação das marcas com tempo de acréscimo, substituições, gols em outros jogos, entre outros itens.

A Globo não está errada, muito pelo contrário. É assim que deve ser – novos tempos, acompanhe-os.

Mas chega a ser curioso ver uma emissora que até outro dia mal mexia na grade de programação ao longo dos anos exibir tantas novidades em tão pouco tempo. E vem mais por aí…

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo