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Opinião

A relevância e o poder dos influenciadores

Decodificar essa nova geração vai exigir um olhar bem mais atento e conectado na cultura popular


18 de novembro de 2016 - 14h13

Foto: Divulgação

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Acredito que o modelo de comunicação como conhecemos está num processo de evolução acelerado e arriscaria dizer que estamos num ponto de inflexão, onde o que chamamos de “o digital” voltará a ser “a comunicação”. E, para navegar bem nessa comunicação 2.0, tenho a convicção de que não será mais necessário formar um exército de marqueteiros digitais, mas sim preparar marqueteiros que entendam sobre como pensar e executar comunicação num mundo totalmente integrado e conectado.

A velocidade da evolução tem sido tamanha que cabe uma analogia com a “parábola do sapo fervido”. Se você ainda tem alguma dúvida, sugiro um experimento bem simples: passe um dia inteiro desconectado de qualquer tecnologia, deixe seu celular em casa, não abra seu computador e nada de usar cartões de crédito ou debito, ok? Telefone só aquele de mesa, pagamentos somente em dinheiro e TV, rádio, revistas ou jornais liberados. Agora, imagine esse mesmo experimento aplicado no seu filho. A teoria de behavioral economics confirma que valorizamos muito mais o que temos e podemos perder versus o que o que podemos ganhar. Prometo que desse experimento emergirão boas descobertas.

Acredito que vencerá no futuro quem dominar conteúdo e/ou serviço, que tendem a ser cada vez mais segmentados por necessidades, interesses, paixões. E a multiplicação de influenciadores sociais é um bom indicador dessa evolução

A tecnologia nos brindou com uma capacidade de conexão sem precedentes, derrubou barreiras e fronteiras, criou um fluxo de informação orgânico 24 horas por dia, sete dias por semana. Qualquer pessoa já pode produzir conteúdo, criar tendências ou mesmo ser uma referência social a um custo acessível de um aparelho celular.

No meio dessa evolução silenciosa, existe algo que cresce em progressão geométrica, mas ainda aparece pouco no radar dos profissionais de marketing, no meu ponto de vista: a relevância e o poder dos influenciadores sociais. Curioso para entender melhor sobre o tema, mergulhei nesse mundo, participando de alguns eventos como BGS, ComiCon, DSX, BrandCast e League of Legends, para decodificar a cultura popular das novas gerações, além de conversar com suas referências, ídolos e empreendedores que já tentam organizar essa nova dinâmica.

Voltei impressionado com o quão pouco conhecia sobre seu real potencial e dinâmica. Entendi e vivi entre nativos digitais, que não se importam com meios, mas sim com o acesso a conteúdo ou serviços relevantes, que têm no mobile o “controle remoto de suas vidas” e ídolos e referências que eu desconhecia completamente. Simples e complexo assim, afinal ser relevante nesse mundo de múltiplas escolhas vai demandar bem mais esforço de gestores de marcas. E, acredite, decodificar essa nova geração vai exigir um olhar bem mais atento e conectado na cultura popular.

Pensando em três grandes referências para essa nova geração, criados e desenvolvidos fora do mundo tradicional, temos o Whindersson Nunes, com seus 13,7 milhões de seguidores, o  Christian Figueiredo, que reúne nove milhões em seus dois canais, e a Kéfera com quase dez milhões. Você os conhece? Não vale dizer: “conheço! Já ouvi falar”. Eu também já tinha ouvido falar, mas foi só quando estive perto de suas audiências e conversei com eles é que entendi seu valor e o que representam para seus seguidores.

Acredito que vencerá no futuro quem dominar conteúdo e/ou serviço, que tendem a ser cada vez mais segmentados por necessidades, interesses, paixões. E a multiplicação de influenciadores sociais é um bom indicador dessa evolução.

A própria TV já percebeu isso — interessante observar a crescente participação de influenciadores nos programas, buscando atrair novas audiências. A própria Globo vem escalando novos talentos para suas novelas baseados em popularidade social além de criar um quadro no Fantástico com o Christian Figueiredo. O Luiz Felipe Barros, fundador da Digital Stars, me contou que alguns desses influenciadores duplicaram ou até triplicaram a audiência de programas de TV por onde passaram — curiosa essa inversão de quem leva tráfego para quem. Outros exemplos? O programa Entubados criado pela Formata para o Multishow, o filme no cinema da Kéfera — o Cristian Figueiredo está finalizando o seu —, o álbum de Figurinhas da Panini somente com youtubers ou canais como o Nostalgia do Felipe Castanhari, que atingiu 1,3 milhões de views para um vídeo de uma hora sobre a Primeira Guerra Mundial.

Se você não quer ser o próximo sapo fervido, sugiro fazer o mesmo mergulho! Eu seguirei mergulhando em busca de novas perguntas e respostas.

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