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A segunda geração de redes sociais

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Opinião

A segunda geração de redes sociais

Como os novos usuários estão mudando a forma de consumir internet


24 de julho de 2018 - 15h06

Créditos: PeopleImages/iStock

Nem tão digital, nem tão off-line, a geração Y chega em média aos 30 anos, a idade símbolo da independência e do consumo. Quase como um elo perdido por viver entre duas eras, esta geração foi marcada pela introdução ao universo digital na infância, mas ainda viveu intensamente a TV, o rádio e o jornal.

Com mais acesso à informação e intimidade digital, a geração Y foi aos poucos questionando as antigas formas de consumo e ‘digitalizando’ seu universo. No Brasil, apenas 66% da população tem acesso à internet, mas em 2016 aproximadamente 80% da geração Y já estava conectada. Por isso, é fácil entender porque jornais estão gradualmente sendo substituídos por sites de notícias, TV a cabo por Netflix, minutos de celular por pacotes de dados. Também surgiu uma geração apaixonada por um novo movimento: as redes sociais.

No Brasil, os usuários ficam aproximadamente nove horas conectados à internet diariamente, sendo 3h39 apenas em redes sociais. Esta paixão é tão profunda que somos o segundo país que passa mais tempo nas redes.

O envelhecimento da geração Y alavancou um crescimento absoluto na digitalização global e reviu os conceitos mais profundos de conexão entre pessoas, mas até que ponto esta revolução digital está atualizada para continuar saciando as necessidades das gerações seguintes? A geração X teve que aprender usar a internet dentro de uma cultura 100% off-line. A geração Y iniciou o consumo no desktop e migrou para o mobile. A geração Z é a primeira 100% nativa, que compreende a tecnologia e sabe que o conceito de internet não está relacionado à um aparelho, mas à conectividade entre inúmeros gadgets. São comportamentos diferentes que garantem a todos a identidade de usuários, mas com leituras diferentes do mesmo serviço, portanto a forma de consumo das redes sociais também está mudando.

À medida que as redes mais conhecidas – Youtube, Facebook e Instagram – se popularizaram com a geração Y, uma segunda geração de redes sociais nasceu a partir de novas influências de comportamento, alinhadas com o desejo da geração Z que está mais interessada em dividir experiências que se conectar com amigos, rompendo um comportamento da geração anterior.

O Snapchat, criado em 2011, para ser uma rede que captura o instante e tem um conteúdo de vida útil de apenas 24h, atendeu usuários que não estão preocupados e guardar momentos, mas sim em viver experiências. Outro ponto alto que atraiu a camada mais jovem foi o uso de filtros de reconhecimento facial que trouxe uma inovação até então não explorada. Após alcançar uma grande popularidade, o aplicativo sofreu uma derrota expressiva ao ser copiado pelo Instagram Stories, mas segue vivo permanecendo no top dez de hábitos de uso da geração Z.

Lançado em 2012, o Vine teve menos sorte, pois apesar de se popularizar por permitir a criação de vídeos curtos facilmente editáveis simplificando uma tecnologia até então complexa, teve seu fim anunciado em 2016 com apenas quatro anos de vida e sem alcançar o ápice do sucesso. Já em 2014, o Musical.ly, que também possui um recurso de edição de vídeos, foi lançado e vem aumentando sua popularidade com alto investimento de seus acionistas chineses. Mas se vê totalmente ameaçado pelo surgimento do IGTV, que além de copiar suas funcionalidades, foi lançado com um enorme esforço de marketing para atrair os mais jovens.

A segunda geração de redes sociais simboliza uma evolução de como elas são idealizadas. E para manter a relevância diante da geração Z, o que uma rede precisa para ser lançada ou se manter atual nos próximos anos?

1 – O mobile como principal dispositivo, pois o consumo de internet deve estar ao alcance das mãos e atualmente essa é forma mais difundida, com 96% de penetração.

2 – O vídeo como formato principal, essencial para manter a nova geração entretida.

3 – Tecnologia como grande diferencial: realidade aumentada, realidade virtual, edição de vídeos e outras atualizações.

4 – Conteúdo curto e compartilhável que permita ao usuário dividir suas experiências e histórias.

5 – Estar preparado para crescer junto com o seu target e evitar a imagem de uma rede que ficou no passado.

Durante muitos anos a hegemonia Google e Facebook se manteve inabalada, mas acompanhar o comportamento desta nova geração é um grande desafio. Por isso, as novas redes surgem cada vez mais preparadas para encantar o novo usuário e as plataformas antigas fazem altos investimentos para se atualizar. Resta saber se a segunda geração de redes sociais encontrará o equilíbrio entre Y e Z.

 

*Crédito da imagem no topo: Pixabay/Pexels

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