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As causas sociais subiram a rampa

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Opinião

As causas sociais subiram a rampa

Passado o êxtase da cerimônia, é chegado o momento de colocar essas causas na mesa de debates


12 de janeiro de 2023 - 10h00

(Crédito: GoodStudio /Shutterstock)

No dia 1º de janeiro, assistimos a um dos momentos mais emocionantes da nossa história recente: de mãos dadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representantes do povo e das causas mais urgentes do nosso Brasil, subiram a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília.

A juventude negra e o esporte se fizeram presentes com o menino Francisco Carlos do Nascimento. Morador de Itaquera, Zona Leste de São Paulo, ele tem 10 anos e é campeão de natação pela Federação Aquática Paulista. Filho de uma assistente social e de um advogado que atuam com causas sociais, no último Natal, escreveu uma carta para Lula, pedindo atenção às crianças, políticas voltadas ao esporte e mais ações para pessoas negras e pobres. Determinado, disse: “Também posso ser presidente”.

A catadora Aline Sousa que representa dois grupos vulnerabilizados – o de mulheres negras e o Movimento Nacional de Catadores – foi a responsável por entregar a faixa presidencial, recebida da mão dos outros colegas: o cacique Raoni Metuktire, do povo Kayapó, que reivindica, há anos, a defesa dos povos indígenas e proteção às florestas; o influencer Ivan Baron que integra a luta anticapacitista; o metalúrgico Weslley Viesba Rodrigues, de 36 anos, que veio simbolizando a classe trabalhadora, bem como a formação técnica e profissional; o professor Murilo de Quadros Jesus que reflete, na própria história de vida, a importância do investimento em educação e pesquisa.

E, por último, e não menos importante, a simpática vira-lata Resistência, fazendo o levante da proteção aos animais.

Passado o êxtase da cerimônia, é chegado o momento de colocar essas e outras causas na mesa, para executar a reconstrução do Brasil, reunindo diferentes setores políticos, econômicos e sociais, historicamente antagônicos, em torno de uma visão que vai além das adversidades e que se pauta no que nos une de fato: o combate à fome, o fortalecimento da saúde pública, a redução do gap educacional pós pandemia, a preservação da Amazônia…

Esperamos, portanto, que a amplitude de espectros se converta na mobilização de múltiplos setores da sociedade, não só de governos, mas também organizações, empresas e sociedade civil, rumo a um país mais humano, fraterno e igualitário, que possibilite que, num futuro próximo, um menino negro da Zona Leste de São Paulo possa realizar o sonho de subir a rampa do Palácio do Planalto, desta vez, para governar o país.

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