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Opinião

Confiança é essencial para liderar bons times

O que importa são quantas pessoas acreditam em você e não quantas não acreditam


7 de agosto de 2019 - 8h53

Palestra de Didier Elzinga no Culture First, em São Francisco (Crédito: Reprodução/Facebook)

A palestra do Didier Elzinga aqui no Culture First, em São Francisco, seria sobre a indústria de software e os impactos da experimentação ao unir engajamento com performance. Mas daí o Josh Bersin topou falar no mesmo dia e, claro, Didier mudou de ideia. E com isso me deu um baita presente. Calma lá, eu explico.

Didier levantou a seguinte questão: “Sabe o que as pessoas mais me perguntam? Com o que eu mais me preocupo como CEO”. Antes de mais nada, ele deixou claro que é uma grande besteira as pessoas acharem que a vida de CEO é cheia de grana, glamour e fama. E eu concordo com ele.

O grande lance é saber reconhecer e colocar a energia e a intenção onde realmente importa. Todos somos privilegiados e temos que pensar em como ajudar aqueles que são menos. Acredite, se você está lendo este artigo, você é uma das pessoas privilegiadas também.

Didier contou uma história curiosa e que eu não conhecia, sobre um grande bilionário americano, o Warren Buffett, que disse uma vez: “Meus filhos e eu ganhamos o que eu chamo de loteria do ovário. Na época em que eu nasci, em 1930, a probabilidade contra meu nascimento era na ordem de 30 para 1. Eu nascendo homem e branco, já tive vários obstáculos reduzidos que a maioria dos americanos têm enfrentado até hoje”. Buffett dizia ainda: “minhas irmãs tinham o mesmo potencial, energia e talento, nas não as mesmas oportunidades”.

Se hoje não está fácil para as mulheres, imagina naquela época.

Como CEOs, somos forçados a tomar decisões e acabamos com o sangue nas mãos, não importa qual foi o caminho escolhido. Por isso é fundamental focar no que importa. E o que importa é quantas pessoas acreditam em você e não quantas não acreditam.

Óbvio que nunca vamos agradar a todos. Se alguns não entendem o motivo pelo qual você está fazendo certa coisa, não significa que você seja uma má pessoa ou que a decisão seja errada. As pessoas geralmente, por uma situação natural, não têm todo o contexto, portanto, podem não entender determinada decisão tomada. E nem devem. Faz parte dos papéis de cada um na rede de pessoas que é cada empresa.

E é aí que entra um dos valores que eu mais respeito: a confiança. Eu não vou lá na equipe de programadores opinar em como eles estão estruturando os códigos dos produtos que desenvolvemos. Sei que eles são melhores do que eu e capazes de definir isso. Confio neles. O meu papel é de sponsor para direcionar estrategicamente. A partir daí é com o time. Tenho essa mesma expectativa e, muitas vezes, me vejo frustrado, questionado e contrariado por pessoas que não entenderam a “big picture” e a visão de longo prazo. Mas, é vida que segue.

O CEO representa a empresa e as pessoas em um palco, em uma grande entrevista, escreve artigos, é aplaudido, ou não. E o que as pessoas lembram? Das pequenas coisas. Se você deu bom dia ou não, se está de bom humor, cara boa, cara ruim etc. Isso não é nada fácil. Mas quem disse que a vida é justa?

John Rawls, Professor de Harvard e Filósofo, dizia que uma sociedade justa só pode ser criada se estiver baseada em princípios que todos concordam, antes de saber onde eles estarão inseridos.

Primeiro nós definimos nossos valores e depois estes nos definem. Você tem que ser fiel para que isso aconteça. Daí, eles direcionam suas experiências.

Encerro ressaltando uma prática do Didier Elzinga que me chamou atenção: mindfulness. Ele disse ter o compromisso diário de 1 hora para ele mesmo, sem celular, sem e-mail, sem mensagens. De manhã, a primeira hora do dia, é para ele se conectar com ele mesmo. Afinal, você acaba se tornando aquilo que presta atenção. E encerra dizendo que “no coração da minha empresa está o comprometimento em ampliar aquilo que as pessoas são capazes de ser e realizar”.

*Crédito da foto no topo: RawPixel/Pexels

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