Opinião
Desafios da liderança feminina
56% das mulheres já passaram pela síndrome da impostora ao assumir liderança
56% das mulheres já passaram pela síndrome da impostora ao assumir liderança
Apesar dos avanços, a presença de mulheres em cargos de liderança ainda é tímida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas IBGE, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes em 2019 eram ocupados por mulheres, é o que indica a pesquisa: “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pela instituição. Já o relatório do Fórum Econômico Mundial, sinaliza que vamos levar 136 anos para atingir a equidade de gênero.
Se não bastasse a desigualdade de gênero, as poucas lideranças femininas enfrentam dificuldades para se estabelecer nos cargos, é o que aponta a pesquisa feita pela KPMG. De acordo com a instituição, 56% das mulheres passaram pela síndrome quando assumiram um novo papel de liderança nas empresas.
Considerando o senso de urgência e mudanças, o Opinion Box, em parceria com a StartSe elaborou um panorama de estudo sobre liderança feminina no Brasil. Com o título: “Liderança Feminina: a visão delas sobre os desafios de gestão”, a pesquisa – que tem como objetivo compreender quais são as principais barreiras mentais enfrentadas pelas mulheres durante suas jornadas nas empresas – revelou dados surpreendentes sobre as percepções das mulheres no meio corporativo.
Entre as 15 barreiras mentais identificadas pelo panorama, as que mais chamam a atenção é o fato de muitas mulheres terem medo de falar sobre suas conquistas. De acordo com a pesquisa, 52% das líderes afirmaram ter esse medo por parecerem vaidosas e orgulhosas demais e 46% das lideranças femininas consideram um desafio recorrente ter que lidar com o estereótipo de que as mulheres são demasiadamente emocionais.
Infelizmente isso é muito comum entre as lideranças femininas, isso porque ainda existe o estereótipo de que a mulher é sexo frágil, que somos mais emocionais do que racionais. O grande erro está em não observar o contexto. A sensibilidade das mulheres, dentro das corporações é benéfica, pois tendemos a desenvolver um papel essencial na construção de um ambiente acolhedor, criativo e com alta performance.
Por essa razão, se faz necessário a criação de programas de liderança focados em mulheres. Estudo feito pelo Diversity Matters, empresas que possuem lideranças equilibradas (entre homens e mulheres), possuem 14% mais chances de obter uma performance superior à concorrência.
Apesar da estimativa do último relatório do Fórum Econômico Mundial ser desanimadora ao revelar que levaremos 136 anos para que a igualdade de gêneros finalmente seja alcançada dentro das empresas, é possível ter esperança de que esse tempo seja encurtado com ações constantes e efetivas de toda a sociedade.
A máxima de que ninguém nasce sabendo deve ser a força motriz para que as empresas invistam em ações que promovam cada vez mais inserção de mulheres em cargos de liderança. É preciso dar oportunidade para mais mulheres assumirem sua primeira liderança. Além disso, é importante que quem almeja essa função busque se preparar e se capacitar. Existem muitas formas de fazer isso, cursos, livros, palestras, bootcamp entre outros.
É muito motivador e interessante ver grandes empresas se comprometendo neste sentido. O Nubank recentemente compartilhou seu compromisso em ter 50% da liderança formada por mulheres até o ano de 2025.
A esse respeito, a pesquisa feita pelo Opinion Box, revela que 64% das mulheres acreditam que a situação das mulheres no meio corporativo irá melhorar. Considerando as ações de incentivo que muitas instituições promovem, não temos dúvidas de que um novo cenário se aproxima.
Em suma, é fundamental enfatizar a importância de estimular mais mulheres a assumirem cargos de liderança. Além de incentivá-las a falar sobre seus objetivos e da importância em traçar planos e estipular metas. Temos que ser agentes de mudanças para que outras mulheres possam garantir o futuro profissional que desejam.
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