Marcas devem inspirar mudança de hábitos

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Opinião

Marcas devem inspirar mudança de hábitos

Nesta terça-feira, 7, em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, nada pode ser pior do que se omitir neste momento


7 de abril de 2020 - 15h05

(Crédito: Elenabs/istock)

Apesar de ser uma data que mobiliza mais os players da área de saúde e da indústria farmacêutica, o Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta terça-feira, 7, será fundamental para todos este ano. Diante da mobilização global na luta contra a Covid-19, é cada vez mais latente a importância da informação e da mudança de hábitos da população, uma bandeira já abraçada pelos agentes públicos, mas que deve ter o reforço das principais marcas desta indústria para estimular consumidores a participar mais ativamente da conscientização da sociedade e promoção mais intensa de bons hábitos para a saúde.

Criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta mesma data em 1948, na ocasião de sua fundação, o Dia Mundial da Saúde tem tido o papel de chamar a atenção de toda a população sobre temas mais latentes em cada ano. No Brasil, normalmente, se adapta o tema e se acrescenta alguma causa nacional. Nos últimos dez anos, foram abordados diversos temas como longevidade, hipertensão, doenças transmitidas por vetores (picadas), qualidade nutricional, diabetes, depressão e acesso à saúde universal. Este ano, o tema aborda a importância de profissionais de saúde como enfermeiros, que terão papel fundamental nos esforços para amenizar a maior crise global de saúde pública da nossa geração.

Nos últimos meses, os acessos aos principais sites de saúde tiveram aumentos representativos da audiência não só vinculadas ao cenário atual como a todas as áreas de cuidados com a saúde. A perspectiva atual é uma das mais receptivas de que temos notícia, para que marcas façam suas ativações para a data com o objetivo de conscientização e informação. Associar suas campanhas deste ano a valores como educação em saúde, para o maior número de pessoas, mostra comprometimento em termos de responsabilidade social e compromisso institucional na luta de todos contra a pandemia.

Nos períodos como este que estamos passando, o Dia Mundial da Saúde só será mais uma sementinha nesta gigante preocupação com a saúde que está sendo amplamente divulgada pela mídia. A principal lição para as marcas, neste momento, é sobre a diversificação de uma forma ampla. Qualquer tipo de dependência pode ser fatal durante situações adversas como essa. A maior dificuldade é quando essas adaptações são feitas de forma forçada pelas circunstâncias.

Outra questão fundamental, em especial para as marcas que construíram uma sólida credibilidade nas últimas décadas, é em relação ao combate às fake news. Notícias falsas poluem ainda mais um ambiente conturbado como o atual e reforçam a necessidade de checagem de fontes e buscas por credibilidade. Nos últimos 30 dias, as fake news tiveram impactos antagônicos, pois, enquanto algumas geram mais pânico, outras estimulam mais negligência em relação ao problema.

Nada pode ser pior para marcas do que se omitir neste momento, interrompendo o fluxo de informações de credibilidade e a comunicação, em geral, com o consumidor. A atual crise exige ainda mais das marcas a capacidade de compreensão das necessidades do consumidor. As pessoas em casa dependem mais das experiências digitais e informações consumidas por esses meios.

As marcas farmacêuticas possuem muitas regras e processos e, por isso, grandes mudanças estratégicas em curtos períodos como os últimos 30 dias são sempre mais complexas. Muitas empresas focadas em visitação médica tiveram que correr atrás de alternativas para esse período, mas as que não tinham nada estruturado estão com mais dificuldade para reagir. A maior parte das campanhas que já estavam em operação não tiveram muitas mudanças. Mas houve paralisações e adiamentos de ações com medo de falta de interesse dos usuários em relação a assuntos não diretamente relacionados à pandemia. Nos últimos dias, porém, já começamos a perceber uma maior clareza e determinação das marcas sobre que caminho seguir.

Em comparação com crises similares anteriores, como H1N1, dengue, sarampo, febre amarela, a diferença principal é a magnitude e a rapidez da disseminação da doença e da informação com o coronavírus. Esse período vem reforçar muito o papel do jornalismo de serviço, que não só traz a notícia, mas vem engajado com essa missão de informar toda a população, respondendo dúvidas diretas do público. Fazendo com que o jornalismo saia um pouco do espaço comum (do jornal, da TV, do rádio, do site) e explore novas formas de comunicar. O jornalismo está entrando cada vez mais na vida cotidiana do público para informar com clareza e autoridade. E isso ficou muito claro com o uso do WhatsApp.

O Dia Mundial da Saúde deste ano pode ser um ponto de partida para ações mais alinhadas com as exigências atuais. Como essa é uma situação nova, fica difícil saber como realmente será o cenário no final deste processo. A grande lição para as marcas do segmento tem sido sobre diversificação e análise das dificuldades que surgiram, algo que será um valioso aprendizado para pautar ações futuras. Esse período está servindo para testar a capacidade das marcas de agir de forma ágil e consistente, trazendo um exercício para novas perspectivas e soluções que façam mais sentido na real jornada do consumidor.

**Crédito da imagem no topo: Rost 9D/istock

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