Mercado tech brasileiro: como despertar o interesse de grandes investidores?
A pergunta mais emblemática e profunda que posso te oferecer para iniciar a reflexão é: o que é tecnologia?
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30 de novembro de 2022 - 14h00
Quem conheceu e viveu o famoso Vale do Silício na Califórnia, Estados Unidos, deve entender o básico da tecnologia, que é: “Tecnologia é um meio e não um fim”. O que fez o Vale do Silício ser o que é, ou o que foi, é, na verdade, um mindset diferente que permitiu que pessoas criassem coisas diferentes com as mesmas tecnologias existentes e já usadas, ou seja, tecnologia por si só é commodity. Entendo que neste momento da leitura você possa estar vociferando blasfêmias contra a minha humilde pessoa, mas eu explico, e se você seguir lendo até o fim, parabéns, isso te tornará um pouco mais crítico e reflexivo sobre o que é e como usamos a tecnologia.
Em primeiro lugar eu quero destacar que quem estuda a tecnologia é um estudante do passado. Sim. Exatamente isso que você leu. Todo aquele que se propõe a estudar a tecnologia e o emprego dela, na verdade, está estudando o passado, ou seja, o que já aconteceu e o que já foi feito. E a pergunta mais emblemática e profunda que posso te oferecer para iniciar a reflexão é: o que é tecnologia? Acho que essa nem o Google pode te ajudar. É tipo “quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?”. Na internet vão ter milhares de definições, mas nenhuma delas vai poder definir com exatidão o que é tecnologia. A tecnologia empregada pelo Facebook para desenvolver a plataforma foi a mesma que milhões de outras empresas usaram ao redor do mundo e não alcançaram os resultados e o sucesso que Mark Zuckerberg alcançou, isso quer dizer que a garantia do sucesso não habita na tecnologia e sim no mindset.
Esse é o detalhe que a maioria dos empreendedores digitais e/ou tecnológicos no Brasil não percebe. Os empreendedores costumam pautar seus pitchs em argumentos técnicos e subjetivos como qualidade, por exemplo, e que sua ideia vai ser a oitava maravilha do mundo ou a quinta essência. Qualidade é o mínimo esperado e jamais vai ser um diferencial e sua ideia ou produto aos olhos de um investidor — ou um grupo de investidores — precisa antes de qualquer coisa resolver um problema, e se esse problema atingir o maior número de pessoas no mundo, muito melhor para você e para o investidor. No Brasil é mais comum ver investidores pedindo números mais sólidos para aportar recursos, e isso dificulta e restringe muito o acesso a capital para a maioria dos “visionários” brasileiros, o que faz com que muitas ideias morram ainda em sua concepção. Neste caso, se você entende que sua ideia é disruptiva e que resolve um problema de uma grande massa de pessoas ao redor do mundo, o mais recomendável é preparar seu pitch para apresentá-lo em países como Cingapura, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. Nestes países existe um contingente maior de investidores dispostos ao capital de alto risco.
Para chamar a atenção de investidores tupiniquins você precisa ter mais do que uma ideia no PowerPoint. Eles tendem a receber melhor as ideias que já estejam em fase beta ou que já tenham sido validadas pelo mercado. Por mais que eu goste de programas como o Shark Tank (americano e o brasileiro), aquilo ali que é visto é apenas um programa de entretenimento. Na prática e na vida real é um pouco diferente. Entendam de uma vez por todas que um show de televisão precisa ser pensado e roteirizado, e que realidades e verdades precisam ser adaptadas para gerar audiência. Mas, como início e teste, é sim um bom caminho para você começar a aprimorar seu pitch. Já falei por três ou quatro vezes a palavra pitch — e talvez seja bom que eu explique o que isso significa. Pitch é o teu discurso de venda. São os argumentos que você tem para sensibilizar alguém a comprar seu produto/ideia. É a forma como você apresenta seu conjunto de soluções, é um sufixo de Speech, e como o próprio nome se apresenta, um pitch deve ser curto, direto e objetivo, se você for para um investidor com um speech é a garantia de um lindo não.
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