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Novos tempos, novos ídolos

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Opinião

Novos tempos, novos ídolos

Influenciadores digitais, TV tradicional e a nova era do consumo de mídia


4 de outubro de 2017 - 17h02

A personalidade mais influente do YouTube no Brasil entre o target de 14 e 34 anos, pela primeira vez, é um nativo digital: o Whindersson Nunes. O influenciador desbancou famosos da TV para se consolidar no topo do ranking nacional dos mais admirados por millennials e por indivíduos da geração Z. Outros quatro nascidos na internet acompanham o youtuber no “top 10” dos mais amados pelas novas gerações. Todos concorrendo no mesmo nível de popularidade com apresentadores, atrizes e atores de televisão.

“Novos tempos, novos ídolos”, resume o próprio influenciador na capa do seu canal oficial com quase 24 milhões de seguidores – o maior do país.

Os dados são do estudo “Os Influenciadores de 2017 – Quem Brilha na Tela dos Brasileiros”, realizado pela terceira vez pelo Instituto Provokers para o Google Brasil e o Meio & Mensagem. O levantamento questionou o que define um influenciador e quem melhor representa a categoria nos segmentos de vídeo online e televisão. Segundo os participantes são: originalidade, senso de humor, autenticidade e inteligência.

Detalhes do levantamento foram apresentados oficialmente no último dia 13 de setembro, durante o Brandcast 2017, maior evento do YouTube no Brasil, que reuniu na capital paulista executivos do mercado publicitário, anunciantes e, claro, os youtubers,

Segundo dados complementares apresentados na ocasião, em três anos os brasileiros passaram a consumir em média 15,4 horas semanais de vídeos online, número que representa um crescimento de mais de 90%. A pesquisa ainda mostrou que o consumo de televisão aberta também cresceu, passando de 21,9 para 22,6 horas semanais no mesmo período. Cerca de 87% dos participantes ouvidos no estudo alegaram ficar conectados à internet enquanto a TV está ligada.

Significa dizer que a televisão não está morrendo, como alguns previram. A experiência está sendo transformada.

É um fenômeno histórico: uma mídia não subtrai a outra. Elas passam a coexistir. A fotografia, por exemplo, não eliminou a pintura; a revista não acabou com o jornal, tampouco a televisão com o rádio. Estão todos aí em pleno ano de 2017. Ocorre, porém, que as plataformas vão sendo impactadas por mudanças comportamentais da própria sociedade. O que vemos neste momento com as gerações Y e Z é um novo capítulo da história.

Se reinventar, porém, é imprescindível.

A televisão no século 21 precisa ser omnichannel, acompanhando a jornada desses novos públicos. Precisa saber interpretar o que está por trás das constantes mudanças de hábitos e, principalmente, se integrar. Millennials e Zs não rejeitam a TV tradicional. É só observar, por exemplo, a quantidade de memes gerados durante e após a exibição de novelas e programas, sejam transmitidos nos tradicionais veículos off-line ou nas plataformas online.

O que muda, principalmente, nos dias atuais é que eles querem ter o controle sobre o quê, como e quando vão consumir. É preciso apostar em assuntos e formatos que tenham mais apelo junto a esses consumidores. E com conteúdos cada vez mais relevantes (para eles).

É isto que os digital influencers estão oferecendo.

 

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