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O impacto extracampo dos craques

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Opinião

O impacto extracampo dos craques

Se o enorme potencial de Cristiano Ronaldo dentro de campo já é mais do que comprovado, sua contratação gerou outras consequências impactantes para o time de Turim fora das quatro linhas


18 de julho de 2018 - 16h33

Crédito: divulgação

Nas últimas semanas, acompanhamos a novela que culminou na transferência de Cristiano Ronaldo, atual melhor jogador do mundo, do Real Madrid para a Juventus, da Itália, pelo valor de 100 milhões de Euros. Se o enorme potencial do craque português dentro de campo já é mais do que comprovado, sua contratação gerou outras consequências impactantes para o time de Turim fora das quatro linhas. Destacamos três destes grandes aspectos.

– Ações da Juventus na Bolsa de Valores de Milão:  Entre o início das especulações sobre a transferência e a concretização da negociação, conforme os rumores foram ganhando força, as ações da Juventus viram seu valor disparar. A valorização se aproximou dos 40% em apenas 10 dias, algo inusitado até mesmo para empresas. No dia seguinte a confirmação, os donos de ações que estavam ávidos para lucrarem com seus investimentos, rapidamente se desfizeram dos papéis, o que acarretou em uma queda de quase 15% no valor das ações neste único dia.

– Redes Sociais: Após a contratação do craque, as redes sociais da Juventus alcançaram outro patamar. Nos dois primeiros dias o Instagram oficial do clube obteve 1,4 milhões novos seguidores, o Twitter, 1,1 milhões, e o Facebook “apenas” 500 mil. Enquanto isso, o Real Madrid viu o movimento contrário. Passadas 24 horas, quase um 1 milhão de pessoas haviam deixado de seguir o clube no Twitter. Estes números são ainda mais impressionantes devido ao fato do jogador sequer ter sido apresentado pelo clube. É provável que as redes sociais do time italiano sigam recebendo cada vez mais atenção.

– Consequências Negativas: O sindicato de trabalhadores do Grupo FCA (Montadora Fiat Chrysler), empresa de propriedade dos mesmos donos da Juventus, vem protestando bastante contra a contratação do melhor jogador do mundo. A insatisfação dos membros do Unione Sindicate de Base foi tamanha que chegaram a ser feitas convocações de manifestações e de greve. Segundo os porta-vozes do sindicato, a empresa vem há anos mantendo um posicionamento de corte de custos interno, que afeta diretamente a remuneração dos empregados. Enquanto isso, ainda na opinião deles, cada vez mais a Exor (dona da FCA e da Juventus) faz altíssimos investimentos no clube. Cabe reforçar que a Fiat, através da marca Jeep, também é patrocinadora do time de Turim. Na quarta-feira, dia 11 de julho, as ações da Fiat também foram impactadas com uma queda de aproximadamente 4,5%, o que representa uma incrível perda de 1,5 bilhões de dólares no valor de mercado da empresa.

Muitos outras consequências e reverberações desta transferência ainda serão percebidas. Por exemplo, o aumento da procura por ingressos do time, compra de direitos televisivos do campeonato italiano por emissoras de TV e, quem sabe, até mesmo um aumento da venda de carros pela Fiat/Jeep. De todo modo, desde já, situações como esta nos fazem refletir sobre o quanto o futebol impacta a sociedade – muito além da paixão do torcedor – e o quanto jogadores do nível de Cristiano Ronaldo podem, sozinhos, fazer a diferença dentro e fora do campo.

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