O que vai sobrar para nós quando a IA fizer tudo?
Cabe a nós decidirmos se queremos ser empurrados ou protagonistas da próxima fase
O que vai sobrar para nós quando a IA fizer tudo?
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No início do século passado, existia uma profissão chamada “homem despertador”. Eles caminhavam pelas ruas ainda escuras, batendo com bastões nas janelas das casas para acordar trabalhadores a tempo do expediente. Quando o relógio mecânico se popularizou, esses profissionais desapareceram. Não foi tragédia. Foi transformação.
Penso nisso sempre que vejo o pânico que ronda a inteligência artificial. Estamos diante da chamada quarta onda da IA — aquela em que as máquinas não apenas executam, mas criam. Elas escrevem, desenham, dublam, compõem, respondem. Elas fazem, e fazem bem.
Durante a Brazil Week 2025 em Nova York, Eduardo Saverin sintetizou o incômodo de muitos: “Precisamos nos lembrar constantemente do que nos torna humanos.” Já Raj Ganguly, cofundador da B Capital, trouxe uma perspectiva tão simples quanto poderosa: “Os humanos geram os dados. E os dados guiam a IA. Por isso sempre haverá um lugar para nós.” A IA aprende com o que sentimos, vivemos, criamos. Ela simula empatia, mas não conhece arrependimento.
Escreve histórias, mas não tem passado. Gera respostas, mas não faz perguntas por conta própria. Sim, vamos perder algumas funções. Mas, como sempre aconteceu, novas surgirão.
A tecnologia nos empurra adiante. Cabe a nós decidir se queremos ser empurrados — ou protagonistas da próxima fase. A verdadeira vantagem humana está em ressignificar. Em olhar para um dado e enxergar um dilema. Em dar sentido ao que, para a IA, é apenas padrão.
A inteligência artificial será cada vez mais sofisticada. Mas continuará sendo isso: uma ferramenta. Consciência, propósito e ética ainda são atributos exclusivamente humanos. O futuro não é da IA. É de quem souber o que fazer com ela.
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