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Quando a marca reforça a mudança

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Opinião

Quando a marca reforça a mudança

Em transição e na expectativa da aprovação do PL 414, que permitirá a entrada do consumidor doméstico no mercado livre de energia, setor terá de se preocupar mais com branding


11 de agosto de 2022 - 14h37

(Crédito: chayanuphol – shutterstock)

Os especialistas em marca afirmam que uma empresa que se comunica apenas com uma imagem, sem espelhar o seu propósito e identidade, está fadada ao fracasso. Talvez seja por isso que em momento de mudanças é possível chegar a estratégias de marcas campeãs. É neste instante que toda a energia da companhia está focada nos elementos essenciais, que marcam a diferença entre o passado e o futuro do negócio.

Digo isso porque o mercado de energia passa por um momento de transição e as empresas do setor estão procurando mostrar a evolução de seus conceitos, cada uma a seu modo. A transição energética e a preocupação da sociedade em chegar numa economia de baixo carbono são objetivos manifestos de um setor que quer se mostrar e ser cada vez mais eficiente, sustentável e capaz de alcançar custos menores.

As empresas do segmento esperam a iminente aprovação do PL 414 no Congresso, que permitirá a entrada do consumidor doméstico no mercado livre de energia. Em outras palavras, as pessoas poderão escolher quem será o seu fornecedor. Isso significa mais concorrência, uma das grandes molas da economia na direção de redução de custos. Mas esse novo cliente quer mais hoje em dia, não apenas preço. Ele quer respeito às pessoas e ao meio ambiente.

A evolução da matriz elétrica demanda eficiência das empresas, que significa expansão com menor custo, confiabilidade e resiliência. Todos esses conceitos, de certa forma, estão sendo explorados pelos players do setor às vésperas de uma nova realidade.

Temas como a crise hídrica de 2021 no Brasil e a guerra na Ucrânia na Europa este ano mostram que a tarefa de entregar energia limpa e barata não é a das mais simples. Para mitigar a variação de custos conjunturais é necessário ter a diversificação das fontes, inclusive usando, durante o período de transição energética, aquelas que hoje são o “patinho feio”, como a geração térmica, sem esquecer da evolução em busca da economia de baixo carbono.

Neste sentido podemos dizer que as marcas estão se modernizando a partir de compromissos e ações. A mudança passa por todo esse processo, mas não apenas por meio de relatórios que mostram a sua preocupação com a sustentabilidade. Como dizem em inglês, é necessário o “walk the talk”, ou seja, transformar as palavras em ação.

Muitas empresas do setor energético já estão colocando em prática seus planos de modernização. E, voltando às marcas, quando elas refletem um compromisso genuíno, ganham um reforço e o reconhecimento da comunidade para o qual elas tentam se comunicar.

As empresas do mercado de energia, no entanto, mantêm uma postura tradicional e low profile. Por outro lado, algumas vão além em suas estratégias de comunicação para alcançar o público com uma mensagem genuína de comprometimento com diversidade e a segurança de suas operações.

Acredito que este é o caminho certo, porque, na prática, estamos falando do futuro energético e, em última análise, do futuro do nosso planeta que hoje enfrenta o problema do aquecimento global. A descarbonização da economia começa com a redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera e hoje temos uma gama imensa de soluções que começam pela captura de C02, passando pelas fontes renováveis até chegar aos combustíveis carbono zero, como é o caso do hidrogênio verde.

Esse trabalho necessita de investimentos e de diálogo com a sociedade. Por isso é necessário que as empresas se reposicionem e que suas marcar reflitam as suas experiências. Para ser protagonista neste setor é necessário ter uma postura jovem, determinada, no sentido de potencializar a energia do país com pluralidade de ideias, pessoas e fontes de energia. É assim que vamos chegar ao chamado net zero, ou seja, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com diversidade de fontes, de ideias e pessoas aliadas à segurança e a resiliência de uma matriz diversificada.

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