Sim, haverá futuro

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Opinião

Sim, haverá futuro

Historicamente, ciclos econômicos influenciam mais o ritmo de crescimento brasileiro do que resultados de eleições


8 de outubro de 2018 - 11h06

Créditos: 5xinc/iStock

A edição 2018 do Maximídia cumpriu a missão do evento de ser o principal palco de debates sobre os temas mais quentes e relevantes da indústria da comunicação.

Ao longo dos dois dias de painéis e apresentações — com a participação de alguns dos mais influentes executivos de agências e anunciantes do País e do mundo — foram discutidos e analisados: os modelos de negócios dos grandes grupos do setor, as novas leis de privacidade, a atração irresistível das startups, o potencial da junção entre criatividade e dados, as estratégias de engajamento dos influenciadores, o avanço na integração e métricas multiplataforma, a fusão entre entretenimento e propaganda e a diversidade como motor de inovação e de bons resultados para a dinâmica de equipes e da publicidade.

Mas o Maximídia 2018 entregou também um bônus aos presentes: uma dose caprichada de esperança em dias melhores, oferecida pelas visões de protagonistas com olhar macro sobre o ambiente para negócios. As sessões do Papo de CEO — painel já tradicional do evento em forma de talk show conduzido pelo presidente do Grupo Meio & Mensagem, Salles Neto — mostraram líderes de duas das empresas que mais investem em marketing e publicidade no Brasil otimistas com os anos à frente para o mercado nacional.

Na terça-feira 2, o presidente do McDonald’s deixou para trás os anos de crise que enfrentamos e colocou o foco além do horizonte dos resultados das eleições agendadas para o domingo 7, ao lembrar que uma empresa com o porte igual à que ele dirige não pode pensar no curto prazo. “Estamos aqui há 40 anos e estaremos nos próximos 40. O Brasil é uma economia de dois trilhões de dólares, oito milhões e meio de quilômetros quadrados, duzentos milhões de habitantes. E tem diferenciais em relação a outros emergentes. É o país certo para estar”, projetou Paulo Camargo, CEO da rede de fast-food no País.

Na manhã seguinte, a presidente da P&G para o Brasil, Juliana Azevedo, enumerou os motivos de a empresa estar “extremamente comprometida” com o Brasil: o País é um dos três maiores mercados do mundo nas categorias em que a companhia atua, o portfólio aqui é formado basicamente por produtos de uso diário e há muito o que crescer por meio de inovação. “O futuro é encorajador. Não podemos desperdiçar uma crise para criar coisas diferentes e crescer”, ponderou Juliana.

Entre as apresentações dos dois executivos-chefes, as projeções de Ricardo Amorim no painel de encerramento do primeiro dia soaram como música aos ouvidos da plateia, apreensiva com os prováveis rumos da economia nacional no pós-eleições — visto que a vitória parece mais atrelada à rejeição ao concorrente do que à convicção de seus eleitores.

Ao analisar os possíveis cenários, Amorim previu começos distintos de governo para cada um dos dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas até a sexta-feira 5. Mas, e aqui está o mais interessante, com base em estatísticas históricas de retomadas de crescimento do País após grandes crises e na influência determinante dos ciclos internacionais de alta das commodities, independentemente do ganhador e de quão incertos possam ser os meses que antecederem a posse, Amorim avalia que será preciso fazer muita bobagem para que a economia não retome um período sólido de bom desempenho. Leia-se: qualquer um que seja eleito terá de tomar medidas óbvias, como conter os gastos do Estado e propor as reformas da Previdência e tributária, sob o risco de paralisar o País mais uma vez, se não o fizer.

Caso o básico seja feito, o próprio ciclo econômico se encarregará de fazer o resto — e o Brasil então vai “bombar”, nas palavras de Amorim, crescendo com um vigor maior do que se acredita hoje.

“A expectativa média de crescimento para os próximos anos é de 2%. Mas a história mostra que o País cresceu 5% em média nos três anos seguintes de retomada de crescimento após grandes quedas”, lembrou o economista. “Estamos na fase das melhores e mais fartas oportunidades que existem: quando o futuro vai ser melhor e ninguém acredita.”

 

*Crédito da imagem no topo: Tookapic/Pexels

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