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Um convite: destrua sua empresa

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Opinião

Um convite: destrua sua empresa

Aprendizado na Singularity University: a tecnologia só vale se alterar as relações sociais, fazendo com que a experiência do consumidor seja facilitada


21 de setembro de 2016 - 14h29

Essa frase do título foi uma das que ouvi na conclusão do curso realizado na sede do Google semana passada, em parceria com a Singularity University, em Mountain View, Califórnia (sim, o campus do Google é demais, das bicicletas coloridas largadas pelos pátios às áreas de trabalho embaixo de árvores, passando por quadras de vôlei de praia e basquete).

A beleza dessa parceria é a aliança entre a alta tecnologia do Google e a missão da Singularity, de preparar líderes a adotar um mindset exponencial, em vez do modelo linear que aprendemos nas escolas e praticamos até hoje.

A convicção é que a tecnologia só vale se alterar as relações sociais, fazendo com que a experiência do consumidor seja facilitada. E se altera as relações sociais e a experiência com o consumidor, oops, bateu à nossa porta. Ou seja, tudo a ver com marketing e comunicação.

Todos os estudos e movimentos da Singularity buscam tecnologia transformada em utilidade – caso contrário, a Realidade Virtual, por exemplo, continuaria restrita aos Pokémons. Na biotecnologia, fico entre surpresas extraordinárias e um medo danado das sequências genéticas já existentes.

São inúmeros os casos reais, como cirurgia em coração de recém-nascido via Realidade Virtual em 3D, ou você poder comer bacon e fritura à vontade porque a análise de sua genealogia e DNA já detectou que você não vai sofrer de doenças como diabete ou colesterol. Duvida? Basta acessar o site 23andMe e fazer sua encomenda por US$ 149,00 para conhecer suas doenças potenciais.

O mundo dos bots já começou a entregar pizzas e compras de supermercado em domicílio. A Lowes já conta com 15 bots assistentes em suas lojas, identificando o cliente que chega pelo nome, e perguntando o que procura. Essa inteligência artificial faz com que o bot diga um “siga-me”, antes de levar o cliente à seção e à prateleira procuradas.

Ao contrário do que se pensa, os pesquisadores não mais ficam trancados sigilosamente em seus laboratórios. Em vez disso, permitem acesso aos seus estudos, num conceito totalmente open source, compartilhando conhecimentos e usufruindo inputs de todo o mundo. Foi assim que um jovem americano de 16 anos descobriu como identificar o início do estágio de câncer. A Innovation Labs estuda como a tecnologia pode interagir mais eficientemente na experiência de compra no varejo. Se você se candidatar e for selecionado, pode participar num de seus programas de três meses.

Para melhorar a eficácia nos contatos de negócio, a Crystal Knows analisa tudo que seu prospect (pessoa física) já publicou, define sua personalidade e oferece serviços de coaching para o melhor approach, que projeta mais confiança e persuasão, utilizando expressões que o próprio “alvo” aplica nos seus posts.

A Narrative Science analisa seu desempenho em vendas ou seu portfólio em comparação a um benchmarking. A partir disso identifica os principais mobilizadores de relacionamento – os que mais importam no seu negócio –, interpreta os dados e traduz em comunicação personalizada, numa escala só possível via tecnologia.

A Clarifai extrai informação de imagens e filmes, segmentando detalhes e expressões visuais que contribuem em estudos de brand equity. A Orbital Insight transforma milhões de imagens de satélites em conhecimento de tendências socioeconômicas, seja em estacionamentos de grandes centros de varejo (tráfego em lojas), seja pela projeção de sombras de construções (economia da cidade).

A moeda virtual será inevitável. Segurança, menores custos e maior controle de corrupção são os grandes motivadores ou impulsionadores dessa tendência.

Claro que tudo isso terá o custo cruel do desemprego. Mas a história provou que a rainha Elisabeth I estava errada quando proibiu a produção de máquinas de tricô.

E nesse contexto, percebe-se que a maioria das empresas não está preparada para a mudança cultural nos seus ambientes e, consequentemente, nas suas plataformas de marca, causa e serviços.

O exercício de destruir sua própria empresa por meio de um mindset exponencial, no mínimo, vai lembrar de que o maior risco continua sendo o fim da imaginação, o combustível principal do nosso negócio.

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