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Mark Read/WPP: “Ainda há trabalho a fazer”.
As ações do grupo subiram na bolsa. As primeiras mexidas reacomodando marcas e redes estão em andamento e devem demorar um pouquinho para se consolidar. Agora vem uma nova fase. Que seja 2.0.
As ações do grupo subiram na bolsa. As primeiras mexidas reacomodando marcas e redes estão em andamento e devem demorar um pouquinho para se consolidar. Agora vem uma nova fase. Que seja 2.0.
Pyr Marcondes
6 de março de 2019 - 8h43
A despeito de setores econômicos, como o varejo, por exemplo, estarem caminhando para o que pode ser chamado de uma indústria 4.0, em que as integrações vertical e horizontal se cruzam para dar lugar a plataformas integradas de cadeias de produção, suprimentos, logística e distribuição, tudo suportado por tecnologias de ponta, cada dia mais avançadas, tendo lá na ponta da venda do balcão, robôs e aplicativos que fazem as paredes das lojas desaparecer, tudo virando digitalmente integrado num processo omnichannel, enquanto isso, dizia, nossa indústria, a da propaganda, ainda arranha timidamente o mundo 2.0.
É o caso das grandes holdings, que buscam acelerar-se em busca de um tempo (desnecessariamente) perdido de sua história, em que poderiam perfeitamente ter feito como o mundo e seus clientes já estava fazendo, mas preferiram aferrar-se a seus modelos tradicionais de operação e negócios e, percebem agora, ou mudam, ou mudam.
Quem primeiro chiou foram os próprios clientes. Depois, os acionistas. Agora, a turma da chefia tenta mostrar serviço, mostrando que são digitais, ainda que não dominem lá muito bem esse mundinho, que de resto, é hoje todo o Planeta.
Antes tarde do que nunca, diria minha avó.
Falando a investidores semana passada, após a apresentar o excelente desempenho dos números de sua companhia, Mark Read, CEO do WPP, comentou que não acredita que o modelo in-house funcione para seu grupo: “While there is a greater demand from some clients to bring people closer, I don’t think that is at the heart of the economics for WPP”.
As mexidas recentes do WPP surtiram efeito nas bolsas. As ações do grupo subiram. Mas mesmo o dirigente tem lá suas ressalvas: “We still believe in great brands like Ogilvy or Mindshare or MediaCom or VMLY&R or Wunderman Thompson… but maybe not as many as we had in the past”, algo nada fácil de admitir em público.
Pois então, o desafio agora é tornar o grupo, que já ficou mais enxuto, em uma operação com maior foco no digital. Há unidades de negócios que dominam bem a disciplina, como Wunderman e VML, que não à toa passaram a ser cabeça de chave na nova composição de marcas da corporação. Mas talvez o WPP precise pisar ainda mais fundo no acelerador da sua própria Transformação Digital.
Torçamos para que sim.
Leia aqui reportagem da Adweek sobre o tema
E aqui reportagem da Campaign, idem.
(*) Foto Adweek.
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