Oscilação em Bolsa dos grupos de comunicação: o que olhar, o que ver e o que enxergar.
O preços das ações em Bolsa dos quatro grandes grupos de comunicação internacionais vive momentos de oscilação nos EUA, mas no resto do mundo, incluindo aí o Brasil, o desempenho vai bem. Bom para o nosso mercado.
Num primeiro olhar, o que vemos pode ser reduzido neste parágrafo de reportagem de ontem do Ad Age: “North American organic revenue growth ranged from nearly flat (0.2%) for Omnicom and Publicis Groupe last quarter to down 0.5% at WPP and down 0.7% at Interpublic (U.S. only). Global numbers for all those companies were better, if not spectacular, ranging from up 0.3% at WPP to 3.5% at Publicis.
E o que enxergar a partir daí?
Coisas boas e nem tão boas assim.
O lado ruim é a associação que a própria matéria do Ad Age faz, apontando que a queda no valor de bolsa das ações desses grandes grupos nos EUA está aparentemente associada as investigações sobre (falta de?) transparência dos investimentos em comunicação promovidas pela ANA, a associação nacional dos anunciantes dos EUA. Todos estamos acompanhando.
Nesse raciocínio, as denúncias de uso eventualmente indevido das verbas dos anunciantes norte-americanos, notadamente no mundo digital, estaria a gerar revisão para baixo de investimentos dos grandes anunciantes, com destaque para Unilever e P&G, os dois maiores anunciantes do mundo.
Não é clara a relação de causa e efeito entre a investigação, a redução dos budgets e as oscilações no valor das ações dos grandes grupos de comunicação, apesar da coincidência do timing. Seja como for, verdadeira ou não, essa associação preocupa.
O que devemos tentar enxergar também – e isso é mais complicado – é até que ponto o desempenho considerado frágil das ações em Bolsa dessas companhias é algo circunstancial ou estrutural.
Mas a julgar pelos gráficos de projeção, por exemplo do WPP (e dos outros grupos não é diferente), há um excelente futuro a frente e os abalos são circunstanciais.
Agora, o que nós aqui brasileiros podemos perfeitamente olhar, ver e enxergar, é que o desempenho global dessas companhias continua muito bem obrigado e que isso significa que é nos mercados fora dos EUA que eles continuam crescendo. O Brasil é um mercado significativo para todos os grandes grupos, citando aqui, WPP, Omnicom, Interpublic e Publicis, correndo por fora mas igualmente relevantes entre nós, também os grupos DAN e Havas.
Esse indicador é positivo para o nosso mercado. Significa que deveremos seguir representativos no mapa de operação dessas empresas, todas elas pilares que na verdade sustentam e dão forma ao nosso ecossistema de agências no Brasil.
Acredito que haverá uma estabilização a frente. Essa poeira vai baixar. Aí enxergaremos com maior clareza o que temos e teremos no futuro próximo.
Por enquanto, seguir fazendo negócios é nossa grande e única saída. Isso sempre soubemos fazer, com ou sem adversidades.