27 de setembro de 2017 - 18h37
Por Ariane Maia (*)
Cada vez mais, as empresas precisam usar seus dados, transformando em informações estratégicas, para conhecer o cliente e, assim, criar uma comunicação mais personalizada e chamar a atenção de seu público. Talvez esse assunto nunca tenha estado tão em pauta como agora. Os databases invadiram o cotidiano do marketing e, a cada dia, surge um novo termo ou expressão relacionados ao aproveitamento de informações. No entanto, será que as companhias estão realmente enxergando essas pessoas? Se há a informação, o que afinal fazer com ela?
De acordo com estatísticas do Gartner e do IDC, a quantidade de informações armazenadas no mundo dobra a cada dois anos e atingirá 40 trilhões de gigabytes em 2020. E, mesmo com o assunto em alta, nem todos sabem onde coletar essas informações tão valiosas ou o que fazer com elas.
Os databases invadiram o cotidiano do marketing e, a cada dia, surge um novo termo ou expressão relacionados ao aproveitamento de informações
Defender o uso de tecnologias para esse fim passou a ser comum, em meio aos investimentos em “marketing digital”, principalmente com a popularização do Google e do Facebook, que desenvolveram ferramentas de fácil usabilidade, possibilitando que mais usuários tenham acesso e possam comprar espaços e captar informações, perfis de consumidores e se relacionar com eles.
Porém, a estratégia de comunicação das empresas deve ser muito mais ampla do que apenas usar um ou dois veículos para conseguir acompanhar os hábitos de consumo do cliente, desde o momento de sua primeira interação ao dia a dia de relacionamento. Hoje, as marcas não podem pensar separadamente em campanhas publicitárias, site e mídia social. Tudo faz parte da experiência e da captação de dados.
Mas, para atingir esse objetivo, é muito fácil se perder pelo caminho, seja pela visão de imediatismo que nos cerca, pela falta do conhecimento técnico ou pela falta de visão unificada da empresa. Vemos pequenas e grandes companhias terceirizando a responsabilidade de organizar seus dados, contratando ferramentas e veículos, sem ter ciência que o primeiro investimento é em criação de estratégia e, essa sim, deveria ser uma atividade muito familiar ao marketing.
Em um mundo globalizado e de atividades multidisciplinares, o time de marketing precisa se aproximar e entender a língua da tecnologia. Em contrapartida, nem tudo é responsabilidade desse setor, as áreas precisam trocar conhecimentos, trabalhar em conjunto, com o olhar no todo e não só em um recorte de algum problema ou necessidade. É preciso integração!
Será que as companhias estão acompanhando e se preparando para esse novo universo? Um estudo da Forrester Consulting constatou que 40% das empresas pesquisadas já investem em análise de dados para suas atividades fundamentais, como venda e desenvolvimento de produtos. É um número mundial e em crescimento.
No entanto, ainda falta a união do marketing, da tecnologia, do pensamento lógico e do pensamento de negócios, focando em melhorar a experiência das pessoas. Pois só unificando os pensamentos é que realmente teremos capacidade de olhar para os dados disponíveis e enxergar as pessoas, entendendo suas necessidades e desejos.
(*) Ariane Maia é diretora executiva da A² BI