Bradesco Next torna-se uma das lojas mais visitadas do Iguatemi JK
Espaço aponta tendência de criação de espaços cada vez mais tecnológicos
Por Antonio Carlos Santomauro
Além um retorno de imagem expresso em espaços muito relevantes, o projeto Bradesco Next – algo como a "agência bancária do futuro", concebida pelo Bradesco -, também vem servindo de palco de experimentação de novos serviços desse banco. Ocorreram ali, por exemplo, os primeiros testes da possibilidade de saques sem cartão, com a identificação do cliente ocorrendo via características biométricas (esse serviço foi oficialmente lançado em dezembro último).
Agora, avalia-se no Bradesco Next a possibilidade de depósitos de cheques nos quais os clientes não precisam dirigir-se a nenhuma agência, enviando, em substituição ao documento em papel, imagens que eles próprios podem fotografar. "Nossa intenção é ter ali um espaço conceito, que permita a clientes e não clientes contato com as novidades tecnológicas, e ao banco testar novas formas de usabilidade, design, formatos", destaca Luca Cavalcante, diretor de canais digitais do Bradesco Dia & Noite.
E no Bradesco Next esse aprofundamento do contato dos clientes com os avanços da tecnologia materializa-se também em explicações relativas ao usos dos aplicativos da instituição; explicações ainda mais válidas no atual contexto de acelerada expansão do uso de equipamentos móveis nas transações bancárias: "Há cerca de dois anos tínhamos um milhão de transações em celulares a cada três meses, e agora já chegamos a dois milhões em um único dia", relata Luca.
Segundo ele, o Bradesco Next é uma das lojas mais visitadas do Iguatemi JK – shopping paulistano onde o projeto foi lançado, em agosto último -, e mensalmente recebe uma média de 10 mil visitantes. Ali esse público encontra, entre outros itens, um grande painel para a exibição de aplicativos, uma sala de consultoria protegida por uma parede de vidro transparente que fica automaticamente fosco quando ocorre um atendimento – e na qual é possível realizar videoconferências com especialistas em investimentos -, mesa interativa com tela touch screen para animação de consultoria financeira, caixas eletrônicos que enviam por e-mail os comprovantes das transações.
Com esse projeto, complementa Luca, o Bradesco também reforça sua imagem de pioneiro no uso de tecnologia em serviços bancários, já referendada em iniciativas como o primeiro endereço pontocom e o primeiro internet banking do Brasil. Com o Bradesco Next essa imagem foi destacada em espaços como a capa do jornal Financial Times e uma matéria da revista Wired, e colocou-se como tema de abertura de um fórum mundial da empresa de pesquisa em tecnologia Gartner.
De acordo com Luca, a evolução tecnológica tornará as agências bancárias mais especialistas em produtos e serviços específicos, além de diminuir suas tradicionais filas. Não gerará porém o fim do contato humano na relação dos bancos com seus clientes: "A tecnologia sozinha não toca as pessoas, veja-se que a maioria dos apps são baixados e usados apenas uma única vez: talvez tenha faltado o contato humano explicando melhor seu uso e suas possibilidades", ele observa.
Mas projetos como o Bradesco Next integram-se à necessidade de tornar os espaços físicos das marcas mais compatíveis com a modernidade hoje possível em seus domínios virtuais, ressalta Karina Israel, diretora executiva da YDreams no Brasil (empresa que une tecnologia e design para criar ambientes inteligentes, parceira do banco nesse projeto): "O mundo evoluiu muito na parte digital, mas quando vamos para o mundo real ainda convivemos com modelos antigos", ela diz. "E as pessoas não se tornarão virtuais: então, é preciso utilizar tecnologias para que elas transponham a experiência virtual para o mundo real".
Marcas "mais visionárias", afirma Karina, já preocupam-se com a adequação de seus espaços físicos às demandas das novas gerações: "Elas estão vendo que as mídias tradicionais já não funcionam como antes, e que o ponto de venda é fundamental para fortalecer seu relacionamento com o cliente".