Luísa Sonza: “Adoro agregar marcas às minhas verdades”
No Blue Connections, cantora falou sobre relação com anunciantes, carreira internacional e importância dos fãs
Recentemente, Luísa Sonza protagonizou mais uma vez parte da história da National Football League (NFL) no Brasil ao interpretar uma versão em português do hino da torcida do Kansas City Chiefs, que jogou contra o Los Angeles Chargers na Neo Química Arena. No ano passado, a cantora foi a responsável por cantar o hino nacional brasileiro no primeiro jogo da liga no País.

Luísa Sonza foi uma das atrações da terceira edição de 2025 do Blue Connections (Crédito: Rafael Barreto)
Já na próxima sexta-feira, 12, sobe pela segunda vez consecutiva ao palco do The Town, dessa vez, como headliner do festival – uma oportunidade, segundo ela, de ampliar o público e se posicionar enquanto artista. Luísa foi uma das convidadas da terceira edição de 2025 do Blue Connections, evento de Meio & Mensagem em parceria com o Blue Note, em que concedeu entrevista às repórteres Bárbara Sacchitiello e Carol Huertas.
A parceria com o Kansas City Chiefs foi mais um capítulo da carreira internacional que Luísa vem construindo nos últimos anos, a qual encara como uma expansão natural de sua evolução como artista. Mais do que interpretar canções em línguas estrangeiras, a estratégia por trás, explicou, envolve estabelecer conexões regionais em locais menores e com maior profundidade.
No início do ano, Luísa lançou um feat com a cantora argentina Emilia. A parceria, segundo ela, a representa e reflete sua verdade: natural de Tuparendi, no Rio Grande do Sul, passou grande parte de sua vida próxima da fronteira com o país vizinho. Claro que, no meio do caminho, agarra as surpresas que a carreira prepara, como aconteceu com a parceria com a norte-americana Mariah Carey.
O grande desafio – ou como prefere classificar como oportunidade – é encontrar parcerias de composição. “A conexão é o desafio para o sucesso”, defendeu. “Não me sinto na obrigação de provar nada para ninguém mais”, complementou.
Conexão, esta, que preza ao firmar contratos de publicidade com marcas. Como exemplo, citou uma série de trabalhos junto a grandes anunciantes, como Johnnie Walker, com quem mantém relação de longa data. A marca esteve presente na ação de lançamento do último álbum da cantora, Escândalo Íntimo.
“Essa conexão com a marca, obviamente, é uma colaboração. A artista precisa da marca e a marca precisa do artista”, afirmou. Ela salientou, ainda, a importância da cocriação e defendeu a liberdade nos briefings. “Adoro agregar a marca às minhas verdades”, comentou.
Luísa já começa a se preparar para a sua nova era, em que apresenta uma estética inédita e contexto meticulosamente planejados para refletir o lançamento de seu próximo álbum. O momento é propício para que marcas estejam junto a ela, em parcerias que possam estar inseridas em sua história, estendendo-se por um período de longo prazo.
“Eu sou uma artista mainstream, acabamos pulverizando e fazendo chegar muitas coisas em locais longe. Modéstia parte, minha base de fãs é muito grande, tenho uma força e troca com eles, então conseguimos pulverizar isso de uma maneira legal quando sabemos o que a marca quer”, disse. “Todos nós temos conexões e histórias que justifiquem o amor pela marca”, acrescentou.
Fãs e rede social
Questionada sobre como lida com os algoritmos nas redes sociais, a cantora pontuou a adoção de estratégias específicas de acordo com o momento de carreira, seja pela priorização de engajamento ou apenas de posicionamento, por exemplo. Além disso, considera a relação com os fãs como uma via de mão dupla, importante para moldar quem ela é enquanto artista. Luisa, inclusive, mantém uma conta secundária no Instagram exclusivamente para interagir com sua base.
Questionada sobre como encara a manifestação dos haters, ela pontuou as diversas vertentes envolvidas na dinâmica enquanto pessoa pública. Além da dimensão humana e pessoal, compreende que questões racionais entram em jogo para mostrar que não é possível estar no controle de tudo, nem mesmo agradar a todos os públicos.
“Quando você é uma pessoa pública, se acostuma muito mais fácil com a rejeição do que a aceitação. A aceitação é muito mais fácil de duvidar”, declarou. Ainda, defendeu mais leis e efetividade da regulação das redes sociais. “Achamos que é uma terra sem lei, e eu gostaria que não fosse’’.