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Edge computing e o potencial transformador de negócios
Fernanda Spinardi, da AWS, e Claudson Aguiar, da IBM Consulting, explicam como a computação de borda pode escalar ganho de eficiência e oportunidades comerciais
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Taís Farias
23 de março de 2022 - 6h00
Pesquisa da Vertiv, fornecedora de soluções de infraestrutura digital, revelou que o perfil dos centros de processamento de dados está prestes a mudar. A companhia estima que, até 2026, haverá aumento de 29% na participação do edge computing (computação de borda) sobre a computação total. No quadro geral do mercado, o percentual passará de 21% para 27%. Já a consultoria IDC prevê aumento de 800% no número de aplicações de edge computing até 2024. Para entender o porquê dessas apostas é preciso, primeiro, entender como funciona o edge computing e qual é o seu potencial de transformação nos negócios.
“O edge computing traz o processamento e a análise dos dados para perto de onde esses dados são gerados, entregando respostas em tempo real e reduzindo custos ligados à transferência de grandes volumes de dados para um data center central. São, por exemplo, dados provenientes de smartphones, objetos conectados e sensores com as mais diversas funções”, explica Fernanda Spinardi, líder de arquitetura de soluções para setor público da AWS no Brasil.
A escalada da computação de borda parte da necessidade de mais agilidade e descentralização. Segundo Claudson Aguiar, executivo de desenvolvimento de negócios da IBM Consulting, no passado, as indústrias, mesmo os negócios menores, como lojas e agências bancárias, possuíam seus próprios centros de processamento de dados. Com o tempo, esse processo se tornou mais complexo e custoso para as companhias, que passaram a concentrar seus pequenos centros de dados em data centers de terceiros.
Esse movimento criou desafios, já que o aumento do volume exigia cada vez mais capacidade de processamento. O resultado foi mais latência na experiência do usuário, que precisa esperar mais para que seus dados sejam transmitidos e processados. Somado a isso, a chegada de tecnologias, como a dos smartphones, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) passou a exigir resposta imediata. É nesse sentido que o edge computing entra em cena.
5G e potencial comercial
De acordo com o executivo da IBM, a tecnologia de quinta geração é importante aliada dessa transformação. “O 5G, que traz mais velocidade, menor latência e maior capacidade de conexão para a rede de telecomunicações, amplia a mobilidade e capacidade dos dispositivos que se conectarão aos sites edge. Como, por exemplo, reduzir a latência entre o dispositivo e site edge, permitindo aplicações de automação e controle que seriam impensáveis antes. Num cenário, por exemplo, em que não se pode esperar 1 segundo para que um robô de operação remota reaja ao comando de virar à direita, o 5G resolve esse problema com latências na casa de milissegundos”, explica Aguiar.
Esse ganho de eficiência representa, naturalmente, oportunidades comerciais. “Todos os casos de uso possibilitados pelo edge computing e pela adoção de novas tecnologias relacionadas, como IA, machine learning, IoT e análise de dados, terão impacto transformador nos negócios e na experiência de usuários, além do impacto econômico. Estudo da KPMG identificou a geração aproximada de US$ 4,3 trilhões por meio de casos de uso nos setores de administração pública; finanças; saúde; manufatura, bens de consumo e varejo; e tecnologia, mídia e telecomunicações nos próximos sete anos”, ilustra Fernanda, da AWS.
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