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YouTube faz intervalo de 30 minutos durante intervalo do Super Bowl

Por quê? Porque o serviço de vídeos do Google quer que as pessoas saibam que seus canais podem, sim, competir com os serviços massivos de TV


2 de fevereiro de 2015 - 5h10

(*) POR TIM PETERSON, DO ADVERTISING AGE

Enquanto Katy Perry esvoaçava para uma plateia estimada em mais de 110 milhões de norte-americanos, ligados no Super Bowl neste domingo à noite, pela rede NBC, o YouTube fazia o seu próprio show do intervalo, com Harley Morenstein como âncora. Morenstein é o apresentador principal do canal canadense Epic Meal Time, do YouTube, que tem quase 6,7 milhões de assinantes. Ao final, o âncora convidou os colegas apresentadores do canal a fazer tudo de novo (os 30 minutos de intervalo) no ano que vem. Mas, por que o YouTube decidiu bancar uma brigada de igual para igual com o show do intervalo do Super Bowl?

A resposta simples é: para promover o próprio YouTube e sua empresa-mãe, o Google. Trinta e nove minutos depois – e aos quatro minutos do segundo tempo do Super Bowl -, o show do intervalo do YouTube terminou, com o convite de Morenstein para que os usuários fossem ao canal AdBlitz (também do YouTube) para votar no seu comerciais favoritos durante a transmissão do Super Bowl. Em seguida, cortou para um anúncio do seu próprio dispositivo para conectar apps da internet à TV, o Chromecast. Já a resposta não tão simples é: porque o YouTube quer que as pessoas saibam que pode competir com o mainstream, ou seja, com a TV.

O show do intervalo mostrado pelo YouTube pode ser parte do esforço da chefe do YouTube, Susan Wojcicki, para promover as maiores estrelas do serviço de vídeo online. E é um projeto maior, que pretende posicionar as estrelas do YouTube como celebridades dominantes nas mentes da audiência e do anunciante, inclusive com publicidade na mídia tradicional, com spots de TV e outdoors. É uma espécie de aposta que o YouTube tem feito para viabilizar-se como entretenimento mainstream. E o Super Bowl foi uma maneira de verificar suas chances ante esse mainstream.

60 milhões x 111 milhões

Para o show do intervalo, o YouTube envolveu mais de 20 estrelas de seus canais que, combinados, têm mais de 60 milhões de assinantes. No ano passado, o Super Bowl atingiu uma audiência de 111,5 milhões de telespectadores somente nos EUA, segundo a Nielsen.
Mas, ainda não será possível comparar o público que assistiu o intervalo do YouTube com aquele que viu o intervalo da NBC. Ao contrário das transmissões típicas em livestream – como as de premiação de música do serviço -, o YouTube retirou o dispositivo que mostram quantas pessoas assistiam ao vivo e também desativou os comentários durante o programa ao vivo. Esses números deverão ser divulgados posteriormente.

Poucas horas após o livestream se encerrar, o YouTube postou cinco segmentos do seu próprio show do intervalo como vídeos independentes. Esses cinco vídeos, combinados, haviam registrado pouco mais de 15 mil page views até às 9 horas desta segunda-feira de manhã. Um vídeo de música de abertura do show do intervalo do jogo tinha registrado mais de 8 mil page views. Mas, a exibição do livestream completo do show, com mais de 30 minutos, já havia sido tirado do ar.

O programa, produzido pela rede de vídeo online Collective Digital Studio, foi despretensioso, sem charme e cômico. Foi uma produção caseira que tinha como objetivo roubar a atenção do Super Bowl. Em poucas palavras: o jeito YouTube.

O YouTube é um negócio de bilhões de dólares – e pilar da estratégia do Google para roubar as verbas de publicidade da TV – que atrai mais de 1 bilhão de telespectadores a cada mês. Mas, além do hangar estúdio chamado YouTube Espaço LA, o show do intervalo do YouTube não evidenciou nada demais. Enquanto Katy Perry soltava fogos de artifício no intervalo do Super Bowl, no YouTube um homem estava sentado um tanque d’água.

O show serviu para mostrar também que o YouTube aposta em dois públicos principais: o usuário do serviço que rola a lista de assinaturas do canal como um guia de programação de TV e o espectador casual, que verifica os vídeos do YouTube no seu feed do Facebook, mas não faz disso um hábito.

Até que o YouTube libere os números de audiência, será difícil julgar que tipo de apetite existe para um show do intervalo feito pelo serviço ao vivo. E vai ser difícil julgar o quanto os números de audiência importarão no longo prazo.

(*) Tradução: Sérgio Damasceno

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