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Fim dos cookies e fim do mundo?

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4 de junho de 2021 - 6h00

(Crédito: Reprodução)

Há 8 anos no IAB Brasil, tenho a oportunidade de observar as movimentações do mercado de publicidade digital de um lugar privilegiado. A vantagem disso é que posso me dar ao luxo de ter um pouco mais de sangue frio ou pensamento evolucionista do setor.

Para aqueles mais diretamente ligados ao assunto “fim dos cookies”, este é um tema que tem dividido as pessoas entre apocalípticos e esperançosos. Diante dessa dualidade, vale entendermos os motivadores deste movimento e o que podemos esperar de tudo isso.

Em 2019, o IAB lançou um projeto chamado Rearc que se propunha a estudar a nova arquitetura das as relações de privacidade, personalização de experiências, além de anúncios e compartilhamento de dados. Mas, afinal, o porquê precisamos rearquitetar tudo isto?

Nós, como consumidores, queremos experiências cada vez mais ricas e personalizadas. Ao mesmo tempo, vivemos uma sensação de insegurança com relação aos nossos dados na Internet, sobre como eles serão armazenados ou ainda como poderão ser utilizados.

Então, o que deu errado para chegarmos em tanta desconfiança? No meu ponto de vista, não deu errado. Deu certo demais. Aprendemos. Vivemos agora um ciclo de aprendizagem para empresas e para indivíduos.

Nele, as organizações descobriram a possibilidade de armazenamento de dados, começaram então a armazená-los, trocá-los, utilizá-los para previsões futuras. Um “momento eureca” da indústria e o entendimento de que os dados são nosso novo petróleo. Por outro lado, o consumidor descobriu o que, de fato, seus dados representam o poder que isto pode ter sobre seu consumo, suas aberturas ou restrições de acesso, os riscos e, também, as vantagens deste compartilhamento de informações.

Agora, a busca é pôr um ponto de equilíbrio entre todos esses interesses. Isso reflete o tamanho e a relevância deste setor e deste movimento.

A pergunta que mais ouço nos últimos dias é se as empresas perderão dinheiro e se a publicidade digital deixará de ser relevante pela falta de segmentação. A resposta é: depende! Dependendo da estrutura e inteligência de dados das empresas, dados primários e a relação que cada empresa tem com o seu consumidor. A dependência de dados de terceiros e a velocidade de adaptabilidade tecnológica de cada uma das partes darão a dimensão e o ritmo destas mudanças.

Trata-se de um processo evolutivo e não podemos deixar de planejar possíveis impactos. Por isso, deixo aqui o convite do IAB Brasil para que todos façam suas análises, observem suas empresas, entendam os caminhos dos cookies dentro dos seus negócios e preparem-se.

Como sugestão, nosso hub de conteúdo, comitês, webinars e cursos livres estão disponíveis para todo o mercado, com a missão de reduzir, ao máximo, as perdas e a falta de equilíbrio deste mercado.

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