As possibilidades da computação na nuvem para empresas
Pesquisa da FGV aponta que, no Brasil, 42% do processamento de dados nas empresas do Brasil é realizado na nuvem
As possibilidades da computação na nuvem para empresas
BuscarPesquisa da FGV aponta que, no Brasil, 42% do processamento de dados nas empresas do Brasil é realizado na nuvem
Caio Fulgêncio
7 de junho de 2023 - 6h00
A computação na nuvem (cloud computing) já representa, em média, 42% do processamento nas empresas do Brasil, segundo a Pesquisa Anual do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGVcia). O percentual é inédito nos últimos 34 anos, período em que a instituição realiza o estudo. A FGVcia divulgou os dados no mês passado.
A computação na nuvem é um modelo de entrega de serviços que permite o acesso sob demanda a recursos compartilhados – como servidores, armazenamento, banco de dados e software – por meio da internet. Dessa forma, conforme Leonel Oliveira, diretor-geral da Nutanix Brasil, um dos benefícios é escalabilidade, uma vez que não é preciso comprar e instalar recursos físicos para uma ação específica.
Além disso, esse tipo de gerenciamento envolve facilidade de acesso, por estar conectado à internet, possibilitando maior colaboração entre equipes. Já no quesito segurança, Oliveira acrescenta que os provedores de nuvem adotam medidas avançadas, como criptografia de dados, autenticação multifatorial e monitoramento contra ameaças cibernéticas. “Sendo assim, a nuvem acelera, flexibiliza e habilita a continuidade do negócio”, avalia.
O Relatório de Tendências Globais de Rede 2023, lançado pela Cisco em maio, mostrou que 42% dos entrevistados afirmaram que a principal motivação para migrar para nuvens privadas e públicas é o desenvolvimento de aplicativos mais ágeis e escaláveis. A pesquisa entrevistou mais de 2,5 mil líderes e profissionais de globais de TI.
“A pesquisa também mostrou que a influência de linhas de negócios é crescente. Ou seja, agilidade e rapidez são os grandes valores agregados à adoção da nuvem pelas organizações”, explica Renier Souza, diretor de engenharia da Cisco Brasil.
Mesmo com benefícios, as empresas brasileiras, no geral, estão em fases ainda iniciais de transformação digital e migração para a nuvem. Nesse sentido, conforme Oliveira, ainda que os estudos mostrem um “aumento notável globalmente no uso de infraestrutura de TI mista”, as companhias do País estão abaixo das médias mundiais.
“Esse cenário brasileiro pode ser explicado pela atividade comparativamente alta de datacenters locais e ênfase prioritária no desempenho e segurança de TI. Sobre eles, a infraestrutura local e gerenciada oferece o maior controle”, aponta.
No âmbito das tendências, Souza acrescenta que, no mundo, as companhias estão migrando para o ambiente multi-nuvem, processo que também se aplica ao Brasil. “A agilidade dos negócios é a questão, muitos continuam a ver a nuvem como a resposta”, justifica.
Ainda conforme a Cisco, a segurança se apresenta como um dos principais desafios no que diz respeito ao gerenciamento de cargas de trabalho distribuídas e híbridas. Simultaneamente, a complexidade para gerenciar de ponta a ponta também é uma barreira para a evolução da computação na nuvem. Além disso, a Nutranix aponta que a migração de aplicações entre nuvens é um ponto desafiador para empresas, sendo apontada pelo mercado como complexa e cara.
As demandas, enfatiza Souza, se tornaram mais complexas no contexto alterado pela pandemia da Covid-19, que impulsionou diferentes modelos de trabalho. “Em outras palavras, a era do trabalho híbrido impulsiona a necessidade de novas abordagens para conectar com segurança trabalhadores remotos a dados e ativos corporativos em ambientes multicloud”, explica.
Oliveira considera que, com o 5G, a computação na nuvem representar “uma revolução da internet”. Atualmente, os dispositivos funcionam, simplesmente, como “janelas” para ver o que está na nuvem, “algo como uma apresentação em uma tela”. Com a aplicação do 5G, será possível a ampliação exponencial dessas possibilidades.
Máquinas inteiras rodando na nuvem é um tipo de aplicação que deve ser ampliada. “Ao ter uma máquina na nuvem, posso acessá-la de qualquer lugar sem precisar carregar o notebook. A infraestrutura na nuvem vai possibilitar o uso da velocidade do 5G de forma plena. Isso abrirá possibilidades de inovações que nem podemos prever”, finaliza.
Compartilhe
Veja também
O que falta para que a TV 3.0 seja implantada no Brasil?
Ecossistema encara desafios como custo e aquisição de novos receptores e sincronia entre redes das geradoras e retransmissoras
Jornalismo na era 4.0: desafios e saídas
Pyr Marcondes apresenta livro baseado em seus artigos para ajudar jornalistas a se adaptarem às transformações da produção de conteúdo