Recado de Marie Kondo para todas as mulheres: sintam-se menos culpadas

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Blog da Regina

Recado de Marie Kondo para todas as mulheres: sintam-se menos culpadas

O recente recado de Marie Kondo é muito poderoso por desconstruir as culpas que as mulheres carregam desde o momento do nascimento e que as acompanham ao longo das várias fases da vida


31 de janeiro de 2023 - 11h17

Em entrevista ao The Washington Post, Marie Kondo admitiu que após a chegada do seu terceiro filho não segue mais o próprio método de organização que a tornou famosa mundialmente (Crédito: Reprodução/Instagram)

Em entrevista ao The Washington Post, Marie Kondo admitiu que após a chegada do seu terceiro filho não segue mais o próprio método de organização que a tornou famosa mundialmente. Após dois livros e uma série na Netflix que influenciaram a maneira como as pessoas ao redor do mundo organizam a casa, ela simplesmente admitiu: “Minha casa está bagunçada, mas a maneira como passo meu tempo é a certa para mim nesta fase da minha vida”.

Ela entende que se transformou e as mudanças pelas quais está passando deram origem a um método para aproveitar mais o tempo e, de quebra, claro, lança novo livro expondo a evolução do seu novo momento, “O método kurashi: como organizar seu espaço para criar seu estilo de vida ideal”. E admite que antes da mudança era uma faxineira profissional que fazia todo o possível para manter a casa sempre arrumada. “Desisti desse aspecto, no bom sentido. Agora, o importante para mim é aproveitar o tempo com meus filhos em casa.”

Kondo agora incentiva os leitores a se interrogarem sobre o que realmente querem colocar em ordem dentro do seu próprio ritmo de vida e pequenas atividades diárias. Com três filhos pequenos, ela propõe uma abordagem menos rígida para organizar a casa, como uma sala que encoraje a conversa ou que as pessoas comprem bons pijamas para dormir melhor.

Mas a própria guru da organização sabe que, quando seus filhos crescerem, seu método de organização e filosofia de vida devem mudar novamente. “Vou continuar olhando para dentro para ter certeza de que estou liderando meu próprio kurashi.”

Ao ler essa notícia confesso que meu coração ficou quentinho por vários motivos. Li o primeiro livro de Kondo e confesso que meu ascendente em capricórnio encontrou algum alento naquele método rígido e, ao mesmo tempo, simples de organização. Para mim, o mais importante de seu método é o desapego. Isso num momento em que marcas como OLX e Enjoei tinham bem menos apelo do que têm hoje. Cheguei a assistir uma palestra dela no SXSW, de 2017, no auge de seu sucesso, e adorei o modo aparentemente frágil como se expôs, e a utilização de intérprete para responder as perguntas da audiência.

A entrevista da Marie Kondo me fez lembrar quando a marca Omo, que durante décadas tinha como premissa fazer campanhas publicitárias reforçando o ‘branco total radiante’ com discurso bem racional, mostrando os famosos testes de brancura e, no início dos anos 2000 fez um plot twist na sua comunicação ao adotar a assinatura “Se sujar faz bem”. Naquele momento, a pergunta que se colocava era: por que depois de tanto tempo valorizando a brancura e a limpeza das roupas, Omo passa a enaltecer as manchas e a sujeira?

A resposta era simples. Ao deixar de colocar as mulheres como as protagonistas das campanhas (até porque elas não estavam mais necessariamente em casa lavando roupas) e colocar esse foco nas crianças, a marca da Unilever dava um recado de que a sujeira é parte do processo de crescimento e sinônimo de realizações e conquistas ao proporcionar aprendizados.

Agora, também, vejo similaridades com o recado de Marie Kondo, que é muito poderoso por desconstruir as culpas que as mulheres carregam desde o momento do nascimento e que as acompanham ao longo das várias fases da vida. Afinal, bagunça e sujeira fazem parte do nosso dia a dia, especialmente, quando somos mães, e tudo bem conviver com elas.

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