Brasil 2027: a oportunidade que o futebol feminino precisa

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Opinião

Brasil 2027: a oportunidade que o futebol feminino precisa

Como o evento mundial no País moverá diferentes frentes da economia, e até questões sociais, culturais, educacionais e ambientais


4 de junho de 2024 - 8h15

Recebemos a notícia de que o Brasil vai sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. Esse anúncio foi emblemático. Essa será a primeira realizada na América do Sul. Quem me acompanha por aqui entende a importância disso, não só para as mulheres que fazem parte da cena do futebol feminino, mas para todas as mulheres. 

Com esse anúncio, conseguimos gerar demanda e conquistar a atenção de órgãos, o que nos possibilita captar recursos que nunca conseguimos antes, como investimentos públicos na modalidade. O governo passa a ter que investir no desenvolvimento do futebol feminino de forma mais qualitativa no País, além de também ter que investir no bem estar geral da sociedade. Além disso, o futebol feminino passa a ter um planejamento de longo prazo com foco na evolução da modalidade. Esse movimento faz com que os anunciantes também direcionem seus olhares e investimentos. Dessa maneira, torna-se possível termos narrativas de cauda longa, e não apenas pontuais, durante as copas. 

Um evento mundial no País move diferentes frentes da economia, e até questões sociais, culturais, educacionais e ambientais. Essa é uma oportunidade de reforçar a identidade do Brasil para o mundo, amplificar a visibilidade da cultura brasileira, os esforços por diversidade, inclusão e igualdade de gênero, fomento do esporte local e iniciativas para aproximar a comunidade da modalidade.

A estrutura, que normalmente também é um ponto crítico em muitos casos, já está praticamente pronta. Para esta Copa foram designados 39 hotéis nas cidades-sede que receberão os times, e 44 centros de treinamento, que vão receber as seleções. Os estádios, que foram construídos e deixados como legado na Copa do Mundo masculina, serão os estádios utilizados, mas com suas capacidades reduzidas, que podem ser ampliadas a depender da demanda por ingressos. Maracanã, Neo Química Arena e Mané Garrincha são os estádios com as maiores capacidades. Esse é um grande impulsionador para geração de empregos ao redor da competição, com a recepção das delegações dos demais países, do turismo internacional e nacional.

Hoje, no Brasil, temos campeonatos femininos relevantes, muitas personalidades importantes e mundialmente conhecidas que investem e apoiam a modalidade, jogadoras exportadas do Brasil para times no exterior. O Paulistão Feminino é um exemplo de campeonato que atrai visibilidade para a categoria, que tem excelentes jogadoras e tem obtido investimentos de anunciantes.

A competição paulista acabou de ter início e tem calendário ativo até novembro, com pausas para as Olimpíadas e a Libertadores. Esse ano são 11 clubes competindo e, pela primeira vez, terá mais de 3 milhões de reais em premiações. Um dos patrocinadores do campeonato é a Centauro, que pelo segundo ano consecutivo aposta na modalidade junto com o Camisa 21 para as transmissões gratuitas para todo o Brasil. É o tipo de apoio que a modalidade necessita para crescer de dentro para fora.

Em outros países pelo mundo, a presença das mulheres nas arquibancadas dos estádios e a procura por torneios femininos só aumenta. A Copa do Mundo da Austrália, além de estádios lotados, teve cerca de 46,2% da população que assiste televisão sintonizada no mundial. Também temos as finais de Champions League, com ingressos esgotados para 50 mil espectadores. Essas são apenas algumas amostras da crescente popularidade e visibilidade do futebol feminino no cenário global. 

A Copa do Mundo Feminina ser realizada aqui trará os ares dessa popularidade do futebol feminino mundial para a própria população do Brasil. Pois, mesmo sabendo que quem mais assiste o futebol feminino ainda são homens, acredito muito que mais e mais mulheres estarão não só nas arquibancadas, como nos campos, praticando o esporte. 

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