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Opinião

Web 3.0 e diversidade

Como a revolução habilitada pela tecnologia pode impactar o mercado de influência e as marcas


21 de julho de 2022 - 11h25

(Crédito: pancha.me/Shutterstock)

Nos últimos anos tenho trabalhado com mentorias para creators, ajudando-os no desenvolvimento de seus negócios e algumas das dores que mais escuto são: “Como faço pra não ficar preso(a) a uma plataforma?”, “Tenho uma comunidade engajada, mas nem a plataforma e nem as marcas me notam. O que fazer?” ou “Ser uma creator preta parece dificultar meu acesso, o algoritmo parece não ajudar”.

Para além de um plano estratégico e da construção de um posicionamento genuíno e consistente, há um horizonte novo sendo construído com a web 3.0. Ou seja, o creator poderia pensar no seu modelo de negócio sem o uso de intermediários. O que isso quer dizer? Empoderamento na prática dos seus próprios conteúdos e negócios.

Falar dessa descentralização extrapola o uso de criptomoedas e blockchain. Com a crise de legitimidade na “creator economy”, há novos caminhos sendo desenhados para gerar receita diretamente de seu público, em vez de depender apenas da receita controlada pelas plataformas. As decisões deixam de acontecer de cima pra baixo e passam a ser construídas de maneira colaborativa. 

De acordo com o relatório “Future Consumer” da WGSN, alguns economistas defendem que isso jamais vai acontecer. De outro lado, os neo-sensorialistas, que são consumidores mais híbridos e querem o melhor dos dois mundos (físico e virtual), anseiam por essa “revolução cultural habilitada pela tecnologia – e não o contrário”, como citou Lior Mesika, fundador e sócio da Eden Block, no mesmo estudo. 

Não tenho uma bola de cristal para prever o futuro. Mas não estar atenta a essas transformações é assistir à mudança acontecer na nossa frente ao invés de ajudar a construí-la de maneira diversa, contemplando também a acessibilidade. Marcas e empresas têm colocado essa pauta em discussão? Estão prontas para essa revolução? Falando da população brasileira, qual seria o impacto para os grupos politicamente minorizados? Ainda há mais perguntas do que respostas, mas sigo atenta e ativa nessa metamorfose.

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