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COP30 e o papel da publicidade no combate às crises

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Cannes

COP30 e o papel da publicidade no combate às crises

Com ONU e Unesco, Governo brasileiro lança fundo pela integridade da informação sobre Mudanças Climáticas e convida ecossistema da indústria à transparência e ações conjuntas


23 de junho de 2025 - 18h00

A integridade da informação é uma das pautas que terá prioridade na COP30, que acontece em novembro em Belém, no Pará. Ao lado da Unesco e da Organização das Nações Unidas (ONU), o governo brasileiro desenvolveu a Iniciativa Global sobre Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas, cujo objetivo é, por meio de um fundo global, de uma agenda institucional e comunicação estratégica, criar políticas em prol da causa.

O evento servirá como palco para coletar e exibir melhores práticas, campanhas e mensagens relacionadas à integridade da informação e à ação climática. As contribuições já existentes ou futuras podem ser compartilhadas para dar visibilidade ao tema.

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Representantes do governo brasileiro, ONU, Conscious Advertising Network e Unesco debateram a responsabilidade do mercado publicitário na proteção da informação (Crédito: Divulgação/Cannes Lions/Getty UK)

O assunto, afirmou o secretário de políticas digitais, João Brandt, é um dos maiores desafios dos tempos atuais. “Isso se baseia nos objetivos de fortalecer a pesquisa, trazer evidências para o debate sobre o impacto da desinformação e da má informação na demora de atitudes quanto à ação climática, que é uma grande preocupação”, disse. O orçamento a cada projeto varia entre US$ 30 mil e US$ 150 mil.

A ideia, segundo Brandt, é também reforçar o jornalismo investigativo no campo, bem como proteger a segurança dos jornalistas. Nesse sentido, Tarja Turquia, especialista do setor de comunicação da informação da Unesco, aponta a intenção de apoiar, inclusive, o multilinguismo, uma vez que a maior parte das publicações sobre o tema ainda são em inglês.

De forma geral, os riscos possíveis conectados ao cenário incluem a restrição da liberdade de expressão, supressão da mídia, acesso limitado à informação e aqueles envolvendo a inteligência artificial e outras tecnologias emergentes, por exemplo, impactando a economia, direitos humanos e até mesmo leis internacionais, entre outras áreas.

O esforço abraça, inclusive, o setor privado, sobretudo abordando a responsabilidade de anunciantes e plataformas em promover a integridade da informação nos espaços digitais, evitando fraudes e golpes.

“Hoje, vemos o auge dos golpes, fraudes e da falta de responsabilidade das plataformas digitais nesse sentido. Os anunciantes estão arcando com o ônus da inação dos agentes digitais. As plataformas precisam fazer mais para promover a segurança das marcas”, reforçou o secretário. “Se forem encontradas soluções sólidas para o problema de segurança das marcas , que vocês lideram hoje, estarão ajudando a promover a integridade da informação em outros campos como um todo”, acrescentou.

No campo do combate às mudanças climáticas, as ameaças incluem campanhas que descreditam a ciência e utilizam 0000a pauta para fins de polarização e desestabilização política, afirmou Charlotte Scaddan, assessora sênior das Nações Unidas para integridade da informação.

No ecossistema informacional, os anunciantes são convidados ao engajamento ao exigir a transparência na cadeia de suprimentos de tecnologia de anúncios, sobre orçamentos e veiculação de campanhas. “Estamos incentivando e pedindo que saibam para onde estão indo seus orçamentos publicitários e quais tipos de grupos, entidades ou ideias estão apoiando e, assim, evitem, ainda que indiretamente, apoiar ideias que não estejam alinhadas com seus valores”, acrescentou.

E a transparência também tem a capacidade de criar um mercado mais efetivo. Apenas US$ 0,41 da veiculação dos anúncios pelas plataformas digitais são direcionados aos publishers, atentou Jake Dubbins, co-chair da Conscious Advertising Network. “É sobre ter uma boa publicidade e um bom marketing. E se você não sabe onde seus anúncios estão sendo exibidos, não há como saber se eles estão sendo eficazes ou não”, defendeu.

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