O óbvio também precisa ser dito
Quase todo mundo trabalha sem o tempo ideal e se desaponta quando o cliente não quer fazer uma ideia corajosa
Quase todo mundo trabalha sem o tempo ideal e se desaponta quando o cliente não quer fazer uma ideia corajosa
21 de junho de 2024 - 16h56
Hoje é o último dia do meu primeiro Cannes Lions. Entre as diversas palestras e experiências, uma coisa ficou muito clara: o óbvio precisa ser dito. E não só precisa ser dito, como ser praticado.
Nestes cinco dias de festival, uma das coisas que mais me dediquei em ver foram defesas de Glass e Titanium, gastar um tempo no espaço exclusivo do Love The Work ou participar de talks como o do Mark Pollard, que mostrou quase como psicanálise que nossas frustrações são coletivas. Quase todo mundo trabalha sem o tempo ideal e se desaponta quando o cliente não quer fazer uma ideia corajosa.
Com essas vivências, somado a um olhar de PR, percebi que tem muita coisa no nosso mercado que não é falada ou é tratada como default. Seja para trocar frustrações ou para construir uma campanha. E isso pode ser perigoso, porque faz com que deixemos para trás coisas óbvias, mas muito importantes.
Uma campanha foda, por exemplo, não é construída sem uma verdade cultural forte ou um problema socioambiental incontestável, nenhuma ação pontual é boa o suficiente para mudar o ponteiro e por ai vai.
Abaixo, inclusive, listei alguns pontos que os cases mais relevantes que li durante este período tinham em comum. Você, leitor, já deve imaginar que nenhum deles também é novidade:
Neste último dia, criei a pulga atrás da orelha: se o modus operandi é tão óbvio, por que ainda existem poucos trabalhos que realmente mexem com a gente? Que nos fazem nos emocionar, rir ou questionar?
É por isso que o óbvio precisa ser dito.
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