O toque humano é nosso superpoder
Tor Myhren abre Cannes Lions com um storytelling íntimo e potente, exaltando a humanidade como diferencial criativo
Tor Myhren abre Cannes Lions com um storytelling íntimo e potente, exaltando a humanidade como diferencial criativo
16 de junho de 2025 - 13h51
Foi com essa provocação — dita com firmeza, humor e emoção — que Tor Myhren, VP Global de Marketing da Apple, abriu oficialmente o Festival Cannes Lions 2025.
Logo na primeira manhã, o Palais foi tomado por uma sensação de reencontro com o que realmente importa. Myhren falou para uma plateia lotada sobre tecnologia, inteligência artificial, criatividade e… seu pai. Sim, seu pai — um senhor de 88 anos, que esqueceu seus aparelhos auditivos em uma visita à Califórnia e acabou usando os AirPods do filho como alternativa.
O que poderia ser apenas uma história pessoal virou case. E mais do que isso: virou símbolo de uma tese poderosa.
Para a Apple, a criatividade humana continua sendo o maior diferencial. Myhren defendeu que, mesmo diante da revolução provocada pela IA, o marketing que gera impacto real ainda nasce do instinto, da sensibilidade e da coragem — não de dashboards, dados ou prompts.
“Não foi o algoritmo que nos disse para transformar os AirPods em aparelhos auditivos. Foi o coração”, disse.
“Não foi o ROI que guiou nossa decisão de lançar um comercial de 40 segundos de puro silêncio. Foi o instinto criativo.”
Na sequência, mostrou o impacto de projetos que têm alma:
E em meio a tantas narrativas digitais, ele destacou o valor das ativações físicas, sensoriais, vividas com o corpo — e não apenas com o clique. Experiências que ocupam o espaço público, que tocam, provocam e geram conversa, exatamente porque existem no mundo real.
O discurso foi, ao mesmo tempo, um manifesto e um recado para todos nós:
A tecnologia vai evoluir. Mas ela só faz sentido quando amplifica aquilo que temos de mais essencial — a nossa humanidade.
“Criar algo com cuidado, com afeto, com intenção… sempre transmite algo. É uma forma de agradecer à nossa própria espécie.”
Com essa fala, Myhren arrancou aplausos e abriu o festival com a lembrança de que, sim, estamos diante de uma nova era criativa. Mas é o toque humano que continuará fazendo tudo valer a pena.
Começamos Cannes 2025 com o coração aceso.
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