O esperanto da Comunicação
Seria ingenuidade ou arrogância dizer que a gente vai pra voltar um nativo na arte de criar o próximo hit do Palais. Mas ficando sempre atento, dá manter um tantinho de fluência naquilo que é relevante
Seria ingenuidade ou arrogância dizer que a gente vai pra voltar um nativo na arte de criar o próximo hit do Palais. Mas ficando sempre atento, dá manter um tantinho de fluência naquilo que é relevante
17 de junho de 2024 - 9h47
Esperanto é uma língua criada no século XIX com o intuito de se tornar um dialeto universal, facilitando a comunicação entre todos os povos na terra. O fato de eu estar escrevendo esse texto em português, enquanto improviso um francês made in Google Tradutor para falar com minha anfitriã do Airbnb mostra que a iniciativa ainda não viralizou.
Mas na comunicação, cada vez mais parece que já existe uma língua franca. Por mais que a propaganda de cada lugar tenha o charme do seu sotaque – o sarcasmo argentino, as ótimas maluquices da Thailandia – dá pra ver que as coisas mais legais de cada edição do festival conversam entre si. Tanto no sarrafo cada vez mais alto do craft, quanto, e principalmente, na pertinência. Afinal, em comunicação para dizer algo efetivo é fundamental falar dos assuntos que as pessoas querem ouvir.
E como essa língua é viva e evolui constantemente, junto com os memes, as músicas, as celebridades, os sonhos, as preocupações e as vontades que existem em cada um de nós, a gente precisa estar sempre praticando para não enferrujar.
E é pra isso que vamos para Cannes. Seria ingenuidade ou arrogância dizer que a gente vai pra voltar um nativo na arte de criar o próximo hit do Palais. Mas ficando sempre atento, dá manter um tantinho de fluência naquilo que é relevante.
(Bom, isso foi o que deu pra pensar no saguão do aeroporto pra disfarçar que o que a gente gosta mesmo é do rosé e da resenha.)
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