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“Publicis Groupe fez uma baianada”, diz Nizan

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17 a 21 de junho de 2024 | Cannes - França
Cannes

“Publicis Groupe fez uma baianada”, diz Nizan

Chairman do Grupo ABC desaprova a postura da holding francesa e frisa que participar de Cannes é crucial para a indústria da criatividade


24 de junho de 2017 - 8h12

“Um grupo francês, que participa de um evento na França, resolve no meio dele dizer que não virá mais no próximo ano. Olha, só posso dizer que isso é uma baianada. E sobre baianada eu posso falar com propriedade. Mas é uma coisa positiva. Vejam isso com humor”. Foi com essas frase – e frisando que o fato de ter nascido na Bahia lhe permitia dizê-las – que Nizan Guanaes avaliou a decisão do Publicis Groupe de não mais participar do Cannes Lions e nem de outros grandes festivais da indústria de comunicação no próximo ano. A declaração, dada por Arthur Sadoun, CEO da holding francesa, surpreendeu agências e anunciantes e dominou as conversas do Festival ao longo da semana.

Para Nizan, que participa do Cannes Lions este ano como jurado de Titanium & Integrated, deixar de participar do evento na Riviera Francesa não é uma atitude inteligente. “O Festival pertence a nossa indústria e só é importante por causa de todos nós que estamos aqui, participando dele. Vejo Cannes como uma ação de RH. Não deixaria nunca de permitir que minha equipe participasse dessa confraternização”, diz.

O chairman do grupo ABC – que há cinco meses reassumiu o comando da DM9 – acredita que a holding francesa voltará atrás na decisão. “Espero que a Publicis reconsidere a ideia e acho que eles já estão pensando que essa postura foi tomada de maneira errada. Acho uma coisa boba fazer isso dentro do Festival e sem consultar a própria indústria a respeito. Mas já conversei com algumas pessoas do Publicis Groupe e sei que a decisão está sendo repensada”, contou.

O único benefício que a saída do Publicis Groupe traria a Cannes é, na opinião de Nizan, um cenário mais favorável para as demais redes. “Como competidor, fico feliz porque eles ganham muitos prêmios e, sem eles, teremos mais chances”, brincou. Logo em seguida, no entanto, ele ponderou sobre a importância do fortalecimento do Festival. “A presença da Publicis e de todas as redes é fundamental para o evento. Cannes continua forte e importante para todos nós”, frisou.

O profissional, contudo, disse que acha interessante a intenção da organização de criar um comitê para repensar a estrutura do Cannes Lions, anunciada nesta sexta-feira, 23. “É sempre bom conversar com a indústria para evoluir, mas Cannes não tem nenhum problema. Está tudo certo com o Festival”, enfatizou.

Nizan também aproveitou para minimizar as críticas de Martin Sorrell ao Festival de Cannes (nesta sexta-feira, 23, em conversa com jornalistas, o CEO do WPP disse que não o Cannes Lions se tornou caro e muito extenso e que o evento poderia ser feito em outras grandes cidades do mundo, como Nova York e Londres). “Conheço bem o Sorrell. Claro que ele ia aproveitar a oportunidade para pechinchar. As reclamações dele forma feitas apenas porque ele quer pagar menos e quer que o Festival aconteça perto da casa dele”, brincou Nizan.

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