Grey 141 firma acordo com The Group
Movimento integra plano para elevar reputação da rede mais problemática do WPP no Brasil
Movimento integra plano para elevar reputação da rede mais problemática do WPP no Brasil
Felipe Turlao
23 de julho de 2012 - 12h31
Historicamente a mais problemática das redes do grupo WPP no Brasil, a Grey vive novo momento no País após a fusão com a 141 Soho Square, que criou a Grey 141 no começo do ano, e a chegada da Possible Worldwide à rede, no começo de junho. A promessa de Jim Heekin, chairman e CEO global, é que este seja apenas o começo de um projeto que pretende levar a Grey ao grupo de 10 maiores do ranking brasileiro e alavancar sua reputação criativa.
Um dos primeiros desafios da Grey 141 – que propicia atuação independente às suas unidades Grey, 141 Soho Square, 141 Brasília, 141 Newport e Possible – é ampliar suas ofertas de serviços. Por isso, acaba de firmar acordo operacional sem troca de ações com a The Group, empresa focada em promoção, eventos e ativação, com 105 funcionários. “Por enquanto é uma parceria, mas quero ver como irá evoluir essa relação, porque temos interesse em adquirir uma empresa de ativação”, revela Heekin, que visitou o Brasil na semana passada.
Em relação a metas financeiras, a Grey 141 precisa atender a uma meta ambiciosa de Heekin, que espera ver o Brasil como terceira maior operação da rede em apenas 18 meses, estabelecendo-se atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido. Hoje, Alemanha e China têm operações maiores que a brasileira. “Além de uma empresa de ativação, temos interesse em agências de mídias sociais e em agências de publicidade do Rio de Janeiro e de Brasília. No Rio, por exemplo, atendemos GSK e Casa&Vídeo, mas acredito que podemos ampliar a participação para outros clientes por meio de aquisição”, salienta Heekin. A 141 já possui escritórios nessas duas cidades.
No que tange ao ganho de reputação criativa, o CEO global tem três planos principais para impulsionar a marca Grey 141 no Brasil. A primeira é a contratação de talentos criativos para as equipes dirigidas por Celso Alfieri, na 141, e Pedro Capelletti, na Grey. A segunda, curiosa, é o lançamento em até seis meses de alguma campanha de grande impacto para um de seus clientes. “Aquela ação que todos olham e perguntam de qual agência é”, descreve.
E a terceira é a conquista de uma conta que surpreenda o mercado. “Em linha gerais, precisamos muito do Brasil para conseguir melhorar a posição da rede no Festival de Cannes, onde queremos ser a sétima mais premiada. E hoje, sabemos, os prêmios afetam diretamente os resultados financeiros da rede. Isso fica claro quando Martin Sorrell, do WPP, e John Wren, do Omnicom, se acusam publicamente por conta disso”, resume, em referência às reclamações de lado a lado sobre possíveis júris tendenciosos durante o festival.
Mea-culpa
Embora fale muito sobre o futuro, Heekin busca compreender os erros que não deixaram a Grey decolar no Brasil até agora. A rede tem uma marca forte especialmente em Nova York, já que consta na versão 2012 da A-List do Advertising Age, e atingiu em Cannes neste ano o seu melhor resultado histórico. No Brasil, passa longe disso no aspecto criativo, embora já tenha alguns resultados no lado financeiro por conta da fusão, já que, somadas, Grey e 141 atingem o 13º lugar no ranking nacional de 2011 – embora os números do ano passado ainda incluam partes dos contratos com a Secom, encerrado em março, e Marabraz, conta perdida para a Fischer & Friends.
A estagnação da agência nos últimos anos, na opinião de Heekin, têm a ver com fatores locais e globais. “Há seis anos, quando assumi a Grey, foquei em criar uma agência forte em Nova York, o que é fundamental para qualquer rede. E, depois, focamos em Londres. Sendo bem franco, eu não liguei muito para o Brasil nesse período e isso só passou a ocorrer de dois anos para cá”, confessa. “Só que, agora, o País é uma das três prioridades do mundo, junto com China, pela escala, e Alemanha, onde queremos ampliar a qualidade do nosso trabalho”, frisa.
Sobre a razão local, embora não cite nomes, Heekin se refere às antigas lideranças da agência. “Sou um grande crente em lideranças”, resume. Nos últimos anos, o comando da Grey mudou três vezes no Brasil. Em 2009 Silvio Matos deixou a rede, que desde 2006 usava a marca MatosGrey. Até a fusão com a 141 Soho Square o comando da Grey estava com o italiano Riccardo Ferraris e, depois disso, passou a Luiz Kroeff, ex-presidente da 141 e executivo com 32 anos de experiência no grupo WPP, atual presidente da Grey 141.
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