Hoffmann diz que MPF quer acordo com Borghi
Publicitário Ricardo Hoffmann prestou depoimento na operação Lava a Jato e disse que teve negado o pedido de delação premiada
Publicitário Ricardo Hoffmann prestou depoimento na operação Lava a Jato e disse que teve negado o pedido de delação premiada
Meio & Mensagem
13 de agosto de 2015 - 2h27
O publicitário Ricardo Hoffmann, ex-dirigente do escritório da Borghi/Lowe (atual Mullen Lowe) em Brasília, prestou depoimento à Justiça Federal nesta quarta-feira, 12.
Preso por conta das investigações da Lava Jato, ele afirmou ao juíz Sérgio Moro, que conduz a operação, que havia se colocado à disposição para fazer um acordo de delação premiada. O Ministério Público Federal (MPF), no entanto, não teria demonstrado interesse.
Hoffmann disse ainda que o procurador do MPF Carlos Fernando lhe revelou que, por conta de seu depoimento, iria procurar a Borghi para costurar um acordo de leniência – figura jurídica que permite ao infrator participar da investigação para prevenir ou reparar danos causados – aos moldes de outros construídos com empresas como a Camargo Correa. Ainda de acordo com o publicitário, o acordo teria avançado, fato não comentado pelo MPF.
Acusações a Borghi
Emocionado, Hoffmann afirmou que fez aquilo que os proprietários da agência pediram e que chegou a solicitar para não fazer mais os repasses ilícitos para as contas do ex-deputado André Vargas que, em troca, agia em prol da Borghi/Lowe no atendimento às contas de Petrobras e Ministério da Saúde.
“Com todo respeito que eu devo e tenho à Justiça, é difícil me ver sozinho aqui. É difícil ver o acionista, ver os empresários soltos, nem acusados soltos, e eu aqui. Eles disseram que era uma atribuição minha. Que eu precisava cuidar de Brasília”, disse em depoimento, segundo o G1 Paraná.
Hoffmann admitiu o repasse de dinheiro em forma de "BV de produção". A Borghi, segundo ele, não usava o artífice anteriormente, mas passou a fazê-lo para beneficiar Vargas. A decisão, diz, foi da presidência da agência – o cargo era ocupado por José Henrique Borghi, hoje, co-presidente ao lado de André Gomes.
Vargas, diz Hoffmann, o procurou para pedir doações para campanha, e que a decisão da presidência da agência foi repassar o BV, o que substituiria a figura da doação.
Não é a primeira vez que Hoffmann depõe contra a agência, que já negou as acusações. Ele foi preso pela Polícia Federal em abril.
Contatada para comentar sobre o possível acordo de leniência e as acusações de Hoffmann (confira anterior aqui), a agência se posicionou sobre o assunto: "Gostaríamos de esclarecer que Ricardo Hoffmann é ex-diretor geral do escritório de Brasília e foi desligado da agência no final do ano passado, após os primeiros indícios de transações impróprias de uma investigação ainda em curso. Estamos cooperando ativamente com as investigações em andamento e continuaremos a fazê-lo."
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