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O glamour de Cannes, Gatsby e Tiffany

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Comunicação

O glamour de Cannes, Gatsby e Tiffany

Hollywood e as marcas se encontram no Festival de Cinema


22 de maio de 2013 - 9h00

Por Patrícia Weiss*

O cenário do 66º Festival de Cinema de Cannes é muito diferente daquele que costumamos ver em junho, durante o Cannes Lions. Começando pela temperatura média de 11 a 15 graus, ventos gelados, dias chuvosos que, por sorte, não vi por aqui desde o dia em que cheguei.

A sensação de pisar praticamente o tempo todo em um Red Carpet (ou pelo menos nas bordas dele), na nossa conhecida e eterna decadente Riviera Francesa, é uma constante. A presença de inúmeros artistas, cineastas, produtores e profissionais do meio vindos de todos os mercados do mundo é intensa. E parece uma aventura percorrer diariamente a Croisette desde o hotel até o Palais. Uma das pistas, permanece fechada deixando a orla local ainda mais populosa. Uma quantidade absurda de turistas preenche as ruas e calçadas, na caça por autógrafos e fotos. O percurso do meu hotel, que seria de 15 a 20 minutos andando até o Palais, se torna uma verdadeira cruzada, já que os três quarteirões próximos do Palais, parecem pior que entrada de show de Madonna, com fila de segurança, tapete vermelho e uma linha especial e fixa, para os fotógrafos que registram o Festival (paralela a calçada que divide as duas pistas da Croisette), onde as escadas dos fotógrafos pernoitam, presas como motos e bikes, para assegurar o melhor ângulo na jornada do dia seguinte.
 

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Durante os 11 dias do Festival a rotina se repete a partir das 8:30h da manhã até o fim da noite, com exibições (Screenings) das diversas categorias, coletivas de imprensa, photocall e o Marché du Film, área onde impera o maior mercado de cinema do mundo. E a paisagem surreal de pessoas comuns e famosas, caminhando pelas ruas, no Palais, nos restaurantes e hotéis, naturalmente, de dia e de noite, trajando roupas de gala como se estivessem vestidos casualmente. O Festival começou com a estréia do polêmico filme The Great Gatsby, dirigido pelo australiano Baz Luhmann (Romeu e Julieta, Moulin Rouge). Uma estréia com reação morna, porém melhor do que a recepção fria e ácida que o filme teve em NY. A interpretação (naturalmente) ousada e extravagante de Baz Luhmann, ao contar uma quarta versão do clássico da literatura norte-americana de F. Scott Fitzgerald, incomodou se distanciando bastante das três adaptações anteriores seguras e tradicionais (1926, 1949 e a famosa de 1974, escrita por Coppola, dirigida por Jack Clayton e estrelada pelo irresistível Robert Redford).

O excesso e a intensidade dos anos 20, estão assumidos no autêntico Gatsby de Baz Luhmann, como em nenhum outro. Seu típico anacronismo torna a estética e a trilha do filme vibrantes e, no mínimo, provocam a platéia. Por mais que este diretor tenha realizado o filme Austrália (Nicole Kidman), ele não conta histórias clássicas ou tradicionais. Sua viagem é outra. Várias marcas investiram no filme, mas a única que parece ter se apropriado de forma adequada e em sintonia com o seu propósito e tradição histórica, foi a clássica Tiffany.

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Suas vitrines, novas coleções, a disputada festa de lançamento do filme em NY e aqui, na Premiére em Cannes, conseguiram situar positivamente a marca, conectada com a história contada no livro. Na Era do Jazz, anos 20, a joalheria que reinava em NY era a Tiffanys. A sociedade retratada no livro era cliente da marca. Louis Comfort Tiffany frequentava as festas. Aliás, o próprio Fitzgerald era cliente da Tiffanys.

Nada intrusivo ou forçado, como a marca de champagne que patrocinou também o longa e forçou ao utilizar o ator Leonardo DiCaprio em peças de publicidade, brindando com uma taça de champagne em cena deste filme e do Titanic. Prada e Brooks Brothers aproveitam o seu “pedaço” do bolo, mas nada que seja tão pertinente como a Tiffanys.

The Great Gatsby também pontua o tal deslumbramento humano, demasiadamente humano com o poder e o ser, pós crise econômica na sociedade retratada.

Vivemos hoje um contemporâneo que mistura o que é espetáculo com o que é bastidores, em uma velocidade absurda. Um “StarSystem” que torna desconhecidos em famosos em instantes. E assistimos todo esse espetáculo ao vivo e a cores. Decadente e com elegância. Como a Riviera de Cannes é e o cenário do clássico de Fitzgerald também.

Vale conferir: uma das melhores coberturas e críticas deste filme (e de outros também), é do jornal inglês The Guardian. Vale ver os vídeos feitos aqui em Cannes, logo após a exibição do exuberante The Great Gatsby (assista).

*Patrícia Weiss é chief strategy officer da agência Wanted e acompanha o Festival de Cinema de Cannes em colaboração para o Meio & Mensagem

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