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O valor de uma ideia original

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Comunicação

O valor de uma ideia original

Paineis do III Fórum de Produção discutiram a importância de valorizar a criatividade da indústria criativa nacional


23 de novembro de 2011 - 6h00

O painel sobre a valorização da criação e produção brasileira, novas tendências e integração das plataformas no III Fórum de Produção Publicitária, foi marcado por um debate temperado por pitadas de humor em meio ao discurso em defesa da criatitivade nacional. Raul Dória, da Cine, atribuiu o sucesso de marcas como Havaianas, que se tornaram internacionalmente famosas, graças a uma gestão criativa e produção nacional. “Precisamos valorizar o que temos de mais genuíno, que é o nosso jeitinho brasileiro “. Para ele, o desafio dos próximos anos é encontrar uma maneira de expressar essa criatividade em todas as novas mídias que estão surgindo.

Para ressaltar o valor da produção brasileira, João Daniel Tikhomiroff, da Mixer, usou o exemplo das novelas da Globo que conversam com o povo brasileiro através de grandes produções. “Devemos refletir se as produções em publicidade brasileira não estão perdendo o nosso jeito brasileiro e a forma de nos colocarmos“. O diretor conta que recebe muitos pedidos de marcas de fora querendo filmar com o talento brasileiro. Ele defende que as marcas nacionais também percebam a importância de preservar a nossa identidade.

Para os criativos Mario D’Andrea, da Fischer&Friends, e Guga Ketzer, da Loducca, é preciso chamar a atenção para os filmes de multinacionais adaptados para o País, que querem introduzir um conceito estrangeiro para falar com o consumidor nacional. “Eles não vão conseguir nos convencer a comprar o produto deles “, diz D’Andrea. Já para Ketzer trata-se de valorizar criativos e roteiristas com boas ideias. Eles perdem muito na fase de produção do filme se o anunciante não valorizar o papel da produtora. "Produtores, vocês devem brigar mais e lutar mais, incomodar agências e clientes".

Dalton Pastore, que faz parte da diretoria da Abap, destacou a importância de produtoras e empresas que compõem essa cadeia de defenderem o negócio da produção audiovisual no País. “Diferentemente do segmento de agências, no ramo de vocês não há multinacionais. Por isso, vocês devem se organizar para serem reconhecidos “. Para ele, é preciso lutar sempre para fazer o melhor comercial do mundo em proteção ao cliente.

Dimi Kireef, da S de Samba, diz que é no som que a identidade nacional sofre o seu maior golpe. "De tudo que fazemos de trilhas só 10% é produção nacional. A racionalidade está oprimindo a criatividade, o que a gente vende é muito mais ligado à criação do que a produção. O custo da criatividade é mais significativo “.

Mauricio Guimarães, diretor da Sentimental Filme, sente que falta os novos criativos resgatarem um pouco que a propaganda brasileira sempre teve. “Os consumidores têm acesso às informações, como nós. Se a gente não for original e genuíno, estaremos perdidos“, acredita.

O poder das novas mídias X custos

Já o quarto painel tratou sobre as novas mídias e a evolução dos custos na execução dos trabalhos. Francesco Civita, da Pródigo Filmes, iniciou o debate falando sobre o fato de a ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes) ter desistido de participar e que essa é uma discussão aberta para todos. Ele levantou a questão sobre como colocar um valor para o que é produzido para a TV e internet. “Não há distinção nos valores se uma ideia vai para a TV ou para o digital, os custos são os mesmos “, diz Civita. Egisto Betti, produtor executivo da Paranoid, faz coro com o discurso e ainda ressalta que criação e produção para a internet ainda pode ser muito mais ousada e criativa.

O RTV da DM9DDB, Gilberto Pires, mais conhecido como Gibinha, acredita que os anunciantes só vão começar a levar a internet a sério quando as agências fizerem um trabalho para que eles possam entender que apesar da diferença no valor da mídia, o produto agregas os mesmos investimentos. Dulcidio Caldeira, que já foi criativo da AlmapBBDO e hoje é diretor de cena da Paranoid, ressalta que se as pessoas querem fazer algo para internet com uma verba pequena, a ideia também deve ser pequena.

Paulo Ribeiro, da Abele (Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais), ressalta que os custos de locação de equipamentos para um filme que será veiculado na internet e TV são os mesmos, por isso não deve haver a distinção. O executivo chamou a atenção para o que segundo ele, seria a autodestruição da indústria brasileira de produção, caso a Condecine não aumentasse a suas taxas. “Não tem como comparar os custos de um filme brasileiro e um argentino por exemplo, lá eles pagam um imposto de 10% para trazer um equipamento de fora, aqui pagamos mais de 100% sobre o valor“, revela.

Kito Siqueira, presidente da Aprosom, defendeu o lado das produtoras de som e destacou a importância de se conseguir uma nova métrica para valorizar a audiência na internet. “Como vamos regular e ganhar dinheiro com isso? Pois evidentemente os anunciantes ganham dinheiro com isso“.

O quinto painel teve como discussão a era digital e os novos formatos pedidos de cópias e mídias híbridas e colocou as diversas formas que os anunciantes estão pedindo cópias, mas que não estava firmado no acordo. Para Alê Boechat, da isso tem um custo de valor e prazo, e é preciso estar no contrato. 

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