Os dez Profissionais de Comunicação de 2020
Meio & Mensagem lista os profissionais de agências que tiveram projeção na indústria publicitária ao longo do ano
Meio & Mensagem lista os profissionais de agências que tiveram projeção na indústria publicitária ao longo do ano
Meio & Mensagem
16 de dezembro de 2020 - 6h00
Como faz anualmente, Meio & Mensagem destaca os profissionais que, pelo estilo de trabalho, características de gestão e pelos avanços conquistados em suas respectivas empresas e áreas de atuação, contribuíram para o avanço e a qualificação da indústria de comunicação.
A lista dos dez profissionais de agências e empresas de comunicação apresentada abaixo foi elaborada de acordo com critérios editorais de Meio & Mensagem. Os nomes dos profissionais são apresentados em ordem alfabética.
Celso Athayde
Com experiências multifacetadas em sua trajetória, desde ser camelô, organizador de bailes charme, até produzir o grupo de rap Racionais Mc’s e fundar a Central Única de Favelas (Cufa), Celso Athayde juntou visão e vivência para construir a Favela Holding, que reúne mais de 20 empresas. Neste ano, o empreendedor não apenas lançou negócios focados no mercado de comunicação, como conectou diversas marcas com projetos sociais ou com produtos, serviços e propósitos que tinham como destinatário o público periférico brasileiro. De quebra, por meio da Cufa, ajudou a arrecadar fundos para auxiliar milhares de famílias durante a pandemia. Entre suas empreitadas apresentadas em 2020 estão a Black & Black, rede social para promover maior interação entre negras e negros, e a Digital Favela, plataforma para conectar microinfluenciadores moradores de favelas e marcas interessadas em falar com o público desses locais, lançada com a agência Peppery. Além disso, foi peça chave na parceria fechada entre a Africa e a Cufa para desenvolvimento de projetos de comunicação.
Eduardo Camargo
CoCEO da Mutato, uma das agências mais engajadas em projetos de inclusão e diversidade, Eduardo Camargo defende que prática e discurso não podem estar descolados em questões sensíveis como essas. “É preciso ser mais que uma agência. É necessário ser um agente. E só então deixo de ser um disruptado e passo a me beneficiar da influência que tenho para reverter em negócios”, afirma. Entre outras iniciativas, neste ano a Mutato apoiou o projeto #BlackIn, que propôs que lideranças do mercado de publicidade cedessem suas páginas no Linkedin a profissionais negros que estavam desempregados durante a quarentena, além de se tornar incubadora do braço de consultoria da iniciativa Indique uma Preta, criada com a proposta de estimular o networking, a capacitação e o acesso de mulheres negras ao mercado de trabalho. Eduardo Camargo também liderou seu time na conquista de novos clientes em 2020, como B3, Toddy e Quem Disse Berenice?. A agência também abriu novas frentes em clientes como Ambev, Facebook e Samsung.
Guga Ketzer
Em meio ao cenário desafiador de 2020, Guga Ketzer conseguiu conduzir a Suno United Creators a feitos notáveis. Em março, a agência concentrou toda a verba de publicidade do Santander, seu cliente inaugural, que antes era dividida com a Y&R. Nos últimos anos a Suno ganhou visibilidade e influência com o anunciante, sobretudo com cases como “Black Week Santander”, vencedor do Grand Effie Brasil em 2018. Neste ano, a Suno somou a maior pontuação e conquistou o título de Agência do Ano no Effie Awards Brasil. Foram oito troféus conquistados (1 Ouro, 4 Pratas e 3 Bronzes), com destaque para a campanha “Performance. Do digital pra Globo”, desenvolvida para iFood. Não à toa, com apenas três anos de atividade, a agência foi indicada pela primeira vez ao Caboré. Para além dos prêmios, Guga e sua equipe foram responsáveis por manter marcas como o Santander e iFood atuantes em diversas plataformas durante os últimos meses. Os dois anunciantes estão na lista dos mais lembrados pelos brasileiros durante a pandemia, respectivamente na 4ª e 11ª posições, de acordo com o Croma Insights.
Maria Laura Nicotero
À frente da Momentum no Brasil como CEO, no final de maio Maria Laura Nicotero concluiu a negociação de Management Buy Out (MBO) do escritório local da agência, até então controlado pelo Grupo Interpublic (IPG). Com o acordo, Maria Laura tornou-se a única acionista da operação brasileira. Em paralelo, manteve a marca Momentum e o acesso aos recursos globais como afiliada da rede. As tratativas com o CEO e chairman global, Chris Weil, tiveram início na metade do ano passado e seriam concluídas em setembro, mas a pandemia antecipou o processo para ambas as partes. Cabe lembrar que operações de MBO são raras no mercado brasileiro, ainda mais em um período recessivo. Para a executiva, no entanto, o timing do negócio não poderia ser outro. “Acredito no que a gente faz e que posso fazer diferença no negócio do cliente seja qual for o KPI. Isso sempre tem valor e lugar, ainda mais durante uma pandemia. Daqui a dois anos, teremos outra crise — não como esta, mas sempre enfrentaremos crises”, afirma.
Paula Puppi
Em agosto, Paula Puppi assumiu o cargo de chief transformation officer do WPP no Brasil. Antes disso, fundou a Blinks, agência especializada em mídia digital, adquirida pelo grupo em 2014 e onde atuou como CEO até janeiro de 2019. Desde então, tem realizado diversos projetos para a holding no País, entre os quais a aproximação da companhia junto a players estratégicos, como a Adobe, e o desenvolvimento de parceria com Google, Facebook e Verizon, além de colaborar em concorrências com ênfase digital. Na atual função, tem trabalhado para compartilhar as experiências globais da holding junto às agências brasileiras e reforçar a sinergia entre as operações. Parte deste trabalho está na criação de hubs e projetos específicos que reúnem as expertises dos diferentes escritórios, com o intuito de realizar entregas mais ágeis e eficientes. Sua atuação exemplifica a alta demanda do mercado por processos de inovação e transformação digital, e também por profissionais que tenham vivência e habilidade para olhar para estes aspectos.
Renata Bokel
Com o apoio de seu background de carreira, que combina expertises de tecnologia, dados e estratégia, Renata Bokel atravessou 2020 com a complexa missão de desenvolver estratégias para os clientes em um cenário recheado de incertezas e volatilidade. Apesar do horizonte desafiador, a chief strategy officer da WMcCann conseguiu caminhar vários passos na tentativa de fazer a agência e seus clientes avançarem em maturidade de dados e processos de tecnologia e inovação, tanto para enriquecer entregas como para conquistar resultados. Foi o ano de consolidar, por exemplo, os labs de inteligência de dados desenvolvidos para clientes como Seara e Nestlé, além de mesas de performance criadas para marcas como Estácio, Banco do Brasil, Coca-Cola e BB Seguros. Entre os frutos desse trabalho, está o lançamento da Linha Incrível Seara, que com quase um ano já está entre as marcas líderes em plant based no Brasil, segundo a agência. Tal jornada também rendeu à CSO da WMcCann o Caboré de Profissional de Planejamento.
Ricardo Silvestre
Após jornada de quase 10 anos em agências de publicidade, entre elas Africa, F/Nazca, Tribal, Isobar e Y&R, o publicitário Ricardo Silvestre lançou no ano passado a Black Influence, agência especializada em creators e influenciadores pretos ou periféricos. Na posição de CEO do novo negócio, cuja demanda tem se consolidado em 2020 pela necessidade do mercado e da sociedade em acelerar processos de diversidade, inclusão e equidade, o profissional atua no desenvolvimento de projetos, consultorias, campanhas publicitárias e parcerias estratégicas com anunciantes. O principal objetivo é ajudar as marcas a se comunicarem de forma correta e assertiva com o público negro ou periférico, por meio de pessoas e plataformas com poder de influência dentro das comunidades. A Black Influence faz o agenciamento de nomes como Rodrigo França, Roger Cipó, Murilo Araújo, Nina Silva e Jaqueline Goes. Em setembro, em parceria com a Squid, a Sharp, o Site Mundo Negro e o YouPix, sua empresa desenvolveu estudo mercadológico sobre os creators pretos no Brasil, entrevistando 767 influenciadores.
Rodolfo Medina
Como praticamente todos os executivos do País, o presidente do Grupo Dreamers enfrentou diversos desafios durante o ano de 2020. Entre eles, o cancelamento do maior evento promovido pela holding, o Rock in Rio Lisboa, que aconteceria em junho. Ao mesmo tempo, a pandemia serviu para repensar e reorganizar a atuação da companhia. Em julho, o antigo Grupo Artplan ganhou nova marca: Dreamers. O reposicionamento teve como finalidade consolidar a aproximação e a troca de expertises entre as operações da holding, processo que já vinha acontecendo antes, mas que foi acelerado com os desafios impostos pela Covid-19. Entre as novas empresas lançadas em 2020 está a 1.2.3.5.8, que trabalha com negócios de impacto social; a Fun, consultoria especializada em branded content e entretenimento; e a Convert, unidade de negócios especializada em digital business & performance. Com faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2019 e suas mais de dez empresas, o Grupo Dreamers é a maior holding de capital nacional do mercado brasileiro de agências.
Sophie Schonburg
Diretora executiva de criação da Africa, Sophie Schonburg tem motivos para comemorar sua jornada profissional em 2020. Com 25 anos de carreira, conquistou o Caboré de Profissional de Criação, marcando a terceira vitória consecutiva de mulheres nesta categoria. “O dia em que a gente parar de falar ‘liderança feminina’ e falar só ‘liderança’, vou ficar mais feliz ainda”, disse, em seu discurso na premiação. O desempenho de Sophie, ao lado de outros profissionais, influenciou o bom momento criativo da Africa, que conquistou o Caboré de Agência de Comunicação. Em 2020, a empresa foi eleita ainda uma das 10 agências mais criativas e corajosas do mundo pela Contagious e foi a latino-americana mais premiada no D&AD. Também ficou no topo do Ranking Meio & Mensagem como a agência brasileira mais premiada no consolidado de festivais do ano passado. Com a ajuda do talento criativo de Sophie, a Africa tem desenvolvido campanhas marcantes para algumas das marcas mais importantes do País, como Natura, Sadia e Itaú.
Valéria Barone
Diretora geral da Gut, Valéria Barone ajudou a conduzir a agência em seu rápido processo de ascensão, com a conquista de grandes clientes. O escritório brasileiro foi lançado em 2019, depois das bases da agência em Miami e em Buenos Aires. No ano passado, chegaram ao portfólio marcas como Skol, Mercado Livre, Domino’s Pizza e Quinto Andar. Em 2020, a Gut conquistou outras contas relevantes, com a dos chocolates Nestlé, Mercado Pago e Popeyes, rede de frango frito controlada pelo Burger King. “Um dos maiores valores da agência é a transparência e, nesse momento, temos exercitado isso como nunca, o que estabelece uma maior proximidade com nossos colaboradores. Isso é claramente um reflexo da personalidade dos founders da Gut, Anselmo Ramos e Gaston Bigio, no nosso dia a dia”, comenta Valéria, falando sobre como enfrentar esse difícil período de pandemia. Antes de assumir o comando operacional da Gut em São Paulo, Valéria Barone passou pela Hyper Island e foi uma das diretoras-gerais de atendimento na Ogilvy.
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